Judo
24 fevereiro 2021, 10h45
Rochele Nunes
Ambiciosa, coloca a fasquia alta para os Jogos Olímpicos; garante que não quer ficar por aqui e aponta à medalha de ouro; e elogia as condições facultadas pelo Benfica em tempos de pandemia.
"O primeiro combate foi antes dos quartos de final. Foi com uma atleta do Cazaquistão [Camila Berlikash]. Já combati com ela. É maior do que eu, mas usei a maior experiência a meu favor. Fui mais inteligente. A segunda luta foi contra uma judoca alemã [Jasmin Grabowski]. Tem mais experiência. Já a enfrentei em três competições e, felizmente, ganhei sempre. O terceiro combate foi na meia-final contra uma atleta brasileira [Maria Altheman]. Conhecemo-nos, mas, até agora, sempre que a defrontei, havia perdido. Agora está 3-1 e foi importante ultrapassar esta pedra que estava no caminho."
"[Derrota na final do Grand Slam de Telavive] Claro que saí superfrustrada da competição, apesar de ter feito uma boa prova, porque venci três adversárias fortes. Fui surpreendida por uma atleta [Romane Dicko] que está a crescer. É 10 anos mais nova do que eu e acabei por perder. Regressei na segunda-feira [a Portugal] com muita vontade de treinar, porque, apesar de o resultado ter sido bom, fiquei com o gosto amargo da derrota. No pódio, quando fui buscar a medalha de prata, ainda chorava. Mas foi importante conseguir esta medalha."
"Estou no caminho certo. Vejo-me a disputar medalhas e nos pódios. É difícil chegar a estes patamares, mas mantermo-nos lá também exige muito dos atletas. O momento de errar é agora. Tenho muito orgulho no que tenho construído. Sou uma pessoa otimista e ambiciosa. Festejo muito as medalhas que conquisto, mas ainda não estou satisfeita. A minha ambição é cada vez maior e não estou acomodada. Ainda não senti a satisfação completa, porque ainda não consegui uma medalha de ouro."
"Foi muito importante ter este resultado para chegar bem aos Jogos Olímpicos [Tóquio 2021]. Quero chegar lá como uma das melhores do mundo. Não sinto o peso de ser favorita, mas se chegar à competição como uma das favoritas, isso vai dar-me muita confiança. Assim, poderei ter reais hipóteses de ser campeã Olímpica."
"O judo em Portugal tem sido vitorioso. Apesar da pandemia, temos conseguido manter uma boa estrutura, também graças ao Benfica, que manteve as condições de treino. Isso faz diferença, porque temos chegado bem às competições. Temos estado fechados numa bolha, mas é importante e necessário para que não haja risco de contágio. Durante os voos há protocolos de distanciamento, e ainda há os testes que temos feito. Desta forma, o judo tem acontecido de forma segura."
"Vou voltar na Geórgia, em março, para disputar o Grand Slam de Tbilissi, e o Campeonato da Europa, que este ano tem lugar em Lisboa. Estou a preparar-me para os dois principais objetivos: o Europeu e os Jogos Olímpicos, para conseguir trazer a medalha de ouro."