Fervor encarnado deu cor ao clássico

RESUMO DO JOGO

A equipa de hóquei em patins do Benfica recebeu e venceu o FC Porto, por 5-2, na noite desta quarta-feira, 19 de junho, no jogo 2 da final do play-off do Campeonato Nacional. A série está empatada a 1-1 e segue para o Dragão Arena, onde, às 15h00 de domingo, dia 23, as equipas disputam o jogo 3.

Foi num Pavilhão Fidelidade em ebulição, com forte apoio dos Benfiquistas e com o Presidente Rui Costa presente na bancada, que as águias construiram a vitória.

Em desvantagem na eliminatória, depois do desaire no Dragão Arena (5-3 após prolongamento), o Benfica entrou determinado a condicionar as ações do FC Porto e a mostrar agressividade e intensidade na quadra, como disseram Nuno Resende e Nil Roca na antevisão.

Comparativamente ao jogo 1, o treinador encarnado promoveu duas alterações no cinco inicial, lançando Pedro Henriques e Pablo Álvarez nos lugares de Bernardo Mendes e Gonçalo Pinto. Carlos Nicolía, Nil Roca e Roberto Di Benedetto mantiveram a titularidade.

Reunidos todos os ingredientes, soou o apito na Luz e, olhos nos olhos, Benfica e FC Porto lutaram pela vitória em mais um grande jogo de hóquei em patins.

Num arranque em que dominou e encostou os azuis e brancos ao seu meio-campo, o Glorioso teve boas oportunidades para faturar, nomeadamente no minuto 1, com um remate, ao lado, de Pablo Álvarez, e aos 4', através de Roberto Di Benedetto, que atirou para defesa.

Apesar da superioridade evidente das águias, a falta de eficácia acabou por ser penalizadora e, aos 4', Carlo Di Benedetto inaugurou o marcador. Assistido por Gonçalo Alves, que conduziu o esférico por trás da baliza de Pedro Henriques, o avançado francês rubricou o 0-1.

O golo que colocou os encarnados em desvantagem deu ainda mais fulgor aos adeptos, incansavelmente a puxarem pelo coletivo vermelho e branco!

Defensivamente bem posicionado, o FC Porto dificultava as aproximações do Benfica à baliza. Porém, aos 10', a insistência dos encarnados recompensou! Após tentativa de remate de Gonçalo Pinto, o esférico sobrou para Carlos Nicolía, que empatou a contenda a 1-1.

Estabelecida a igualdade, o jogo entrou numa toada frenética e mais ofensiva. No minuto 15, o Benfica beneficiou da execução de uma grande penalidade, após falta sobre Gonçalo Pinto. No frente a frente com Xavi Malián, Carlos Nicolía deu aos Benfiquistas motivos de festa! Com um remate imperativo, o avançado argentino colocou os encarnados a vencerem por 2-1.

Diogo Rafael (22'), sem oposição, numa oportunidade flagrante, rematou para defesa de Xavi Malián. Seguiu-se uma boa intervenção de Pedro Henriques, a travar o intento de Hélder Nunes.

Já perto do intervalo, aos 24', Carlos Nicolía testou a atenção do guarda-redes espanhol com dois tiros de rajada. O resultado, de 2-1, não se alterou.

A vencer pela margem mínima e ciente da importância do triunfo, o Benfica entrou para a segunda parte com o objetivo bem presente, e isso viu-se na quadra. Aos 26', Carlos Nicolía deu o aviso com um forte remate para defesa de Xavi Malián.

Na baliza encarnada, Pedro Henriques também ia mostrando credenciais e, aos 29', negou o intento a Rafa. Zé Miranda e Carlos Nicolía, no minuto seguinte (30'), obrigaram o guardião do FC Porto a mostrar serviço.

O jogo coletivo dos encarnados evidenciava-se nas ações defensivas e o 2-1, incerto, mas que aproximava a equipa do triunfo, subsistia.

No minuto 33, uma falta de Xavi Malián – admoestado com cartão azul – sobre Zé Miranda levou Carlos Nicolía, novamente, à marca das grandes penalidades. Perante Leonardo Pais, o internacional argentino ampliou a vantagem encarnada para 3-1 e completou um hat-trick.

Quatro minutos volvidos (37'), Telmo Pinto reduziu para 3-2. Como havia sido até então, os Benfiquistas uniram forças e, em uníssono, cantaram pelo Glorioso, estendendo a calorosa energia e a sede de vitória para a quadra.

Facto é que, a partir daqui, o jogo foi completamente vermelho e branco! No minuto 40, Gonçalo Pinto recebeu de Pol Manrubia e, quando se encontrou em boa posição, atirou certeiro para o 4-2. Um golo que tornava mais certo o desfecho do encontro e que foi muito festejado na Luz!

Pol Manrubia, aos 43', rematou à meia-distância, mas o esférico passou ao lado da baliza dos azuis e brancos. O defesa não marcou, mas, no minuto seguinte (44'), voltou a assistir. Zé Miranda recebeu do camisola 10 das águias, conduziu e fez a bola voar sobre o guarda-redes, direitinha para o 5-2! O defesa de 20 anos tentou repetir a proeza aos 48', mas sem sucesso.

Até final, o 5-2 não se alterou e, num Pavilhão Fidelidade submerso em fervor encarnado, o jogo terminou com adeptos e jogadores, em comunhão, a festejarem o triunfo que empatou a eliminatória (1-1)!

As equipas voltam a encontrar-se no Dragão Arena às 15h00 de domingo, 23 de junho, no jogo 3 da final do play-off do Campeonato Nacional.

DECLARAÇÕES

Nuno Resende (treinador do Benfica): "[Esta vitória] era fundamental. A entrada em jogo demonstrou um pouco essa ansiedade, sentiu-se no golo sofrido. Depois, encontrámos o ritmo, a nossa intensidade, fomos felizes em algumas segundas bolas do FC Porto, e fomos buscar a nossa natureza do jogo. Foi importante equilibrarmos, as segundas linhas entraram extremamente bem, deram-nos intensidade, transição, roubos de bola e finalização. Conseguimos o 3-1, e, nesse período, houve algum desnorte, eram necessárias outras dinâmicas. Não o fizemos, mas, depois, serenámos com o time-out, corrigimos algumas situações e, com calma, construímos o nosso resultado. Foi importante, contra um excelente FC Porto, que se se bateu extremamente bem. Está empatado, no domingo [23 de junho] temos um novo jogo para disputar, será extremamente difícil. No Dragão, temos uma oportunidade para tentar virar isto a nosso favor, e é isso que vamos trabalhar agora neste microciclo, para nos prepararmos em termos de energia, táticos e estratégicos para enfrentar o FC Porto. Não tenho palavras para descrever o apoio que tivemos, o que eles [Benfiquistas] nos carregaram no 3-2, no 0-1, em momento algum nos largaram. É qualquer coisa de extraordinário, um ambiente fantástico, agressivo em termos de positividade, e isso também é importante. Faz a diferença, com estes adeptos fantásticos."