"Fica a eliminatória em aberto"

PÓS-JOGO

Lamentando a falta de eficácia, Bruno Lage considerou que o Benfica, face ao domínio e às oportunidades criadas, merecia outro desfecho que não o 0-1 consentido no duelo frente ao Barcelona, da 1.ª mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, disputado no Estádio da Luz nesta quarta-feira, 5 de março.

Na zona de entrevistas rápidas da Sport TV, o treinador das águias revelou ter passado uma mensagem de confiança e de ambição no balneário com vista ao jogo da 2.ª mão, em Barcelona.

"Isto é futebol. Nós também tivemos a mesma situação com o Mónaco, e a eliminatória foi discutida no 2.º jogo. Aconteceu aquilo que eu previa, um resultado que deixa expetativas para o jogo seguinte. Agora, em função daquilo que fizemos, das oportunidades que criámos e da forma como jogámos, podíamos ter obtido outro resultado. É um facto, mas isso não nos tira a nossa ambição de projetar o jogo com uma ambição tremenda de vencer e seguir em frente", vincou.

Reconhecendo que o "jogo mudou com a expulsão" de Cubarsí (defesa do Barcelona), Bruno Lage elogiou os seus jogadores pela capacidade de adaptação à nova realidade, na procura dos espaços e no posicionamento, e destacou o impacto de Renato Sanches na partida.

"O que foi pedido ao Renato foi exatamente aquilo que ele fez. Carregar um pouco o jogo, tentar rodar o jogo de um corredor ao outro com o passe longo que ele tem, ter as situações de remate de meia distância, onde ele é muito forte e proporcionou uma grande defesa ao guarda-redes. Ele é um jogador que, infelizmente, não tem dado o seu contributo à equipa. Hoje [quarta-feira] deu, jogou 10, 12 minutos a um nível muito bom, e esperamos que ele regresse em pleno e que possa ajudar até ao final da época", completou, antes de abordar variados temas em conferência de Imprensa.

AMBIÇÃO INTACTA

"Um bom jogo de futebol, onde começámos o jogo aos 20 segundos a ter uma excelente oportunidade para marcar, e terminámos o jogo com várias oportunidades e não conseguimos marcar. Fica a eliminatória em aberto, que era o que nós perspetivávamos. Não satisfeito com o resultado, mas já com a página virada, com os jogadores a recuperar para fazermos uma boa exibição, e com golos, já perante o Nacional e, depois, com uma ambição enorme de ir a Barcelona vencer e seguir em frente na prova."

ANTÓNIO SILVA "NÃO PRECISA DE PALAVRAS"

"Acho que o jogo fica marcado foi com as várias oportunidades de golo que criámos e que não marcámos, porque podíamos estar aqui a falar de um resultado de 5-1, e estamos a falar de 0-1. Um passe falhado... toda a gente, desde o guarda-redes até ao avançado, falhou passes. Este fica visível porque dá o golo. O António [Silva] não precisa de palavras. Do que precisamos é de olhar em frente, fazer já uma exibição semelhante perante o Nacional e olhos postos no jogo seguinte com o Barcelona."

BARCELONA COM "MUITO RESPEITO" PELO BENFICA

"Eu não ligo muito àquilo que é o passado. Acho que você estava presente na nossa primeira conferência da Liga dos Campeões, eu, em seis jogos, tinha duas vitórias, e ainda não tinha vitórias fora de casa. E o registo do Benfica na presente temporada dá-nos um registo até muito bom da Liga dos Campeões e um registo muito bom fora de casa. Por isso, aquilo que me interessa é eu passar muita confiança e ambição aos nossos jogadores para olhar em frente e fazer um grande jogo perante o Barcelona. Porque o que aqui vimos hoje [quarta-feira] também, acho que é importante realçar, foi um Barcelona que respeitou muito o Benfica. Não pressionou como costuma pressionar, não manteve a linha defensiva subida como costuma manter, e isso significa que houve respeito, e até mesmo, quer antes, quer após o jogo, as palavras do treinador refletem exatamente isso."

TOMÁS ARAÚJO SAIU POR "DESGASTE"

"O Tomás [Araújo] sentiu desgaste no jogo, por isso é que saiu. E não estou arrependido de não ter inscrito o Bruma. Isso foi uma consequência de contratações que fizemos. Infelizmente, só podíamos inscrever três e, à medida que os jogadores foram chegando, nós fomos fazendo as inscrições. A conversa com o Bruma foi sempre muito clara, que ele vinha, mas não podia ser inscrito na Liga dos Campeões."

PRODUÇÃO OFENSIVA JUSTIFICAVA RESULTADO DISTINTO

"Em função daquilo que foram as nossas oportunidades de golo, podia ser 4-1, 4-2, 4-3... Acho que o jogo foi tão rico em oportunidades, mas, principalmente, para o nosso lado. Temos uma entrada muito boa no jogo, aos 20 segundos, do Aktürkoğlu, e, depois, fomos... Lembro-me de uma oportunidade, aos 15/20', do Barcelona, que são duas boas defesas do Trubin, mas, depois, a 2.ª parte claramente foi um conjunto de oportunidades muito boas. Inclusive até um penálti, em que a manga da camisola do Belotti estava fora de jogo. É não olhar para o facto de termos sofrido um golo, porque, num dia bom, podíamos ter feito os mesmos golos que marcámos ao Atlético de Madrid [quatro]. Agora, o importante foi realmente o que a equipa fez 11 contra 11, e, depois, a equipa entendeu que tínhamos de mudar o jogo, o posicionamento e os espaços, e continuámos a criar imensas oportunidades de golo, até porque aquilo que vejo é que a imprensa espanhola faz um grande destaque ao guarda-redes adversário."