Futebol

20 junho 2025, 23h45

Benfica-Auckland City

Bruno Lage

PÓS-JOGO

Bruno Lage considerou que a equipa do Benfica teve atitude e competência para ultrapassar o calor, um intervalo longo e a postura recuada do Auckland City para somar nesta sexta-feira, 20 de junho, um "resultado certo" de 6-0, na 2.ª jornada do Grupo C do Campeonato do Mundo de Clubes.

Antes da conferência de Imprensa, em declarações à BTV e à DAZN na zona de entrevistas rápidas, o treinador das águias teceu uma primeira análise ao "jogo mais longo da carreira", salientando que a longa paragem ao intervalo (mais de 2 horas, devido a uma tempestade), ao qual o Benfica merecia ter chegado com um "resultado mais expressivo", não interferiu na dinâmica da equipa rumo a um triunfo "justo".

"Nesta época já nos aconteceu de tudo. Aconteceu, também, o jogo do nevoeiro [Nacional-Benfica, da 8.ª jornada da Liga Betclic], e agora foi isto. Quer na 1.ª parte, quer na 2.ª, a dinâmica foi semelhante. Tivemos 2/3 grandes oportunidades na 1.ª parte, onde podíamos ter feito mais golos, mas fizemos apenas um. Depois, tivemos capacidade para corrigir e aproximámos os nossos médios e centrais das zonas de finalização. Acabámos por fazer um bom jogo e o resultado foi justo", referiu.

Destacando a "energia" dos jogadores vindos do banco, o comandante das águias considerou que estes ajudaram a equipa a manter a capacidade de luta exibida desde o apito inicial.

"O mais importante é verificar que quem entrou ajudou muito a equipa. Criámos as oportunidades que merecíamos ter criado e estamos satisfeitos. Os jogadores lutaram do primeiro ao último minuto. Não íamos estar nos primeiros 5/10/15 minutos a vencer por 3-0. Fomos equipa ao longo do jogo, e isso é que é o mais importante. O resultado é muito bom para nós", disse.

Benfica-Auckland City

Bruno Lage também explicou a forma como projetou derrubar a muralha defensiva do Auckland City, lamentando, porém, que o intenso calor em Orlando tenha dificultado a missão da sua equipa.

"Nós assistimos ao jogo do Bayern. Apesar da linha de 5 [defesas], os alas iam acompanhar os movimentos interiores, quer do Prestianni, quer do Aktür [Aktürkoğlu] do lado esquerdo. Ou seja, a linha era de 5, mas muitas vezes tinha 6 e 7 [jogadores]. Por isso é que colocámos esse posicionamento diferente, com Álvaro [Carreras] aberto na esquerda, Di María aberto na direita e, depois, ter sempre mais do que um homem para fazer os movimentos para dentro da área. Tínhamos de ter a circulação de bola rápida, e acho que a equipa conseguiu. Agora, além do adversário, acho que houve um fator também muito importante no jogo, que foi a temperatura. A temperatura do meio-dia... estava impossível de jogar, mesmo assim a equipa criou oportunidades. Horas depois, como vocês estão a sentir, a temperatura é completamente diferente e a equipa entrou decidida a marcar os golos que merecia. Acaba por ser um jogo sem história, uma vitória do nosso lado", referiu, agradecendo o "apoio fantástico" dos Benfiquistas que aguardaram durante o longo intervalo para empurrarem a equipa rumo ao triunfo.

Benfica-Auckland City

DINÂMICA CONSTANTE

"Acho que fizemos um bom jogo. Fizemos uma 1.ª parte com imenso calor. Aquilo que podíamos ter feito ligeiramente melhor, mas, realmente, estava muito calor, era a circulação de bola, ser um bocadinho mais rápida. No entanto, penso que criámos oportunidades suficientes para estar a vencer por mais do que 1-0 ao intervalo. Um intervalo longo, com 2 horas e 24 minutos, permitiu-nos também fazer uma análise mais ajustada ao jogo e corrigir um posicionamento que nós não estávamos a ter, quer dos médios, quer dos centrais, de estarem mais próximos do adversário para ganhar a segunda bola. A dinâmica foi sempre constante, e aquilo que fomos fazendo durante o jogo foi tomar as melhores decisões. Fizemos logo uma alteração ao intervalo e, depois, fomos alterando para refrescar a equipa, para que continuasse a ter dinâmica. Porque era um jogo muito difícil. O adversário meteu-se praticamente com 11 homens dentro da área, e nós tínhamos de tentar de várias maneiras: com movimentos dentro da área, com vários tipos de cruzamentos, por dentro, por fora, com remates de fora da área, com combinações e dinâmicas pela capacidade individual dos nossos jogadores. Penso que, quando olhamos para os 90 minutos, conseguimos fazer isso. É um resultado de 6-0, podíamos eventualmente ter feito mais 2 golos, mas é o resultado certo."

Benfica-Auckland City

A VONTADE DE KÖKCÜ DE MARCAR MAIS GOLOS

"[Situação de Kökcü no momento da substituição e o abandono do banco depois do golo de Renato Sanches] Não, não abandonou. O Kökcü ficou no banco até ao final. É a vontade de ganhar. O Kökcü queria ganhar, queria vencer, queria marcar mais golos. E, de fora, nós entendemos que para marcar mais golos tinha de entrar o Renato [Sanches]. Por isso, o Renato entrou, entrou muito bem, dois minutos depois marcou um golo. Independentemente do momento de cada um dos jogadores, eu tomo decisões. No último jogo [Boca Juniors] senti que Renato tinha de iniciar o jogo. Kökcü entrou, entrou muito bem e ajudou-nos, com um homem a menos, a empatar o jogo. Hoje senti que tínhamos de refrescar aquela posição com a entrada do Renato. Foi a minha decisão, e passado dois minutos o Renato fez um golo. Por isso, é a vontade do jogador, queria marcar mais golos. E eu também queria, toda a gente queria marcar mais golos, e tomámos as melhores decisões para ter o resultado que tivemos. [Episódio de indisciplina?] O que eu tenho verificado é um comportamento de um atleta sempre muito profissional. Tinha um passado com um treinador, tem um presente comigo, sempre respondeu dentro e fora de campo. Isto é um episódio isolado. Verifiquei que ao longo do ano teve sempre um comportamento muito bom, dentro e fora de campo, repito. É a vontade do jogador de querer marcar mais golos, de querer ajudar a equipa. Saiu, e eu tomo sempre as decisões que tenho de tomar, independentemente de quem seja, já provei isso mais do que uma vez. Eu olho para o momento de cada jogador, para o momento do jogo, e tomo as decisões de consciência muito tranquila."

Benfica-Auckland City

AMBIÇÃO PARA O DUELO FRENTE AO BAYERN

"[Benfica pronto para enfrentar o Bayern Munique?] Tem de estar. Recuperar e, depois, prepararmos o jogo da melhor maneira. Nós sabemos que é um adversário muito difícil, e vai ser esse o desafio. A forma como o Bayern joga e defende é uma forma muito agressiva, com uma marcação individual praticamente em todo o terreno. Isso é um facto, e nós queremos preparar o jogo da melhor maneira. Sabemos de antemão isso que acabei de dizer, temos de nos preparar para perceber que tipo de espaços nós vamos ter. Mas é como lhe digo, estamos numa competição nova, é a primeira vez que estamos a fazê-la enquanto clube, há muitos jogadores que também estão a competir no Mundial de Clubes pela primeira vez, e o nosso objetivo é: temos um jogo pela frente, sentimos que o podemos vencer, vamos olhar e preparar o jogo dessa forma."

UM ESTÁDIO À INGLESA

"[Opinião sobre as instalações do Inter&Co Stadium] Muito bom. Quando estive cá ontem [quinta-feira], fez-me lembrar um estádio inglês, em particular o do QPR. Muito bom, as instalações são muito boas, e estou muito feliz por jogar aqui."

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Texto: Redação
Fotos: Tânia Paulo / SL Benfica
Última atualização: 21 de junho de 2025

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