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Futebol
15 agosto 2025, 16h01
Bruno Lage
Antes de responder às questões, em conferência de Imprensa, no Benfica Campus, o treinador encarnado dirigiu uma mensagem solidária aos bombeiros que combatem os incêndios que assolam o território nacional, assim como aos cidadãos que têm sofrido com este flagelo.
Também com palavras direcionadas para a continuidade da mobilização dos adeptos em torno da equipa, o timoneiro das águias apontou à consistência do grupo que lidera e reforçou a importância de Aktürkoğlu e de Schjelderup no plantel.
Sendo este o jogo de estreia no Campeonato, e num campo tradicionalmente difícil como a Reboleira, que aspetos considera importantes para o Benfica ter uma entrada vitoriosa na competição? Que papel podem os Benfiquistas desempenhar nesta deslocação curta até à Amadora?
Antes de responder à sua pergunta, duas notas. A primeira, sobre os incêndios que estão a acontecer no nosso país: um abraço solidário para quem está a passar por este drama e, também, um abraço de coragem aos verdadeiros heróis, que são os nossos bombeiros. O segundo ponto é sobre algo que já conversámos aqui: o espaço de liberdade que temos para comunicar uns com os outros e dizer-vos que, cada vez mais, percebo e entendo o vosso trabalho, porque também é através dele que nós chegamos aos nossos adeptos. Como tal, também espero que entendam o meu, que é de manter o foco – manter o foco no que se passa a cada momento, manter o foco dos jogadores e da equipa técnica e, também, de mobilizar os nossos adeptos para aquilo que é o jogo seguinte. Estive a fazer umas contas por alto: se realizarmos em média 60 jogos em 10/10 meses e meio, nós temos 180 momentos de comunicação, quer nas conferências pré e pós-jogo, e até mesmo nas flashes [interviews]. Por isso, penso que temos tempo mais que suficiente para falar sobre os diversos assuntos. Assim, afirmo – e volto a afirmar – que entendo o vosso trabalho, respeito que tenham toda a liberdade para fazer as perguntas que têm de fazer, mas cabe a mim também, a cada momento, responder aos temas que acho que são importantes para os objetivos da equipa. Por isso, hoje aqui estou, completamente disponível para falar sobre o Estrela da Amadora; sobre o Fenerbahçe, terei tempo para falar; e do único míster José que vou falar é do José Faria [treinador do Estrela da Amadora]. Do melhor do mundo, terei todo o tempo para falar quando já estivermos em Istambul. Também sei que há perguntas por responder, e terei todo o gosto em responder hoje – e posso dizer que faz muito mais sentido responder hoje do que propriamente num jogo em que o foco é a Champions e é um momento muito importante para estarmos concentrados nos interesses maiores da equipa. Sendo assim, sentimos a importância de começar bem o Campeonato. Começámos bem a época, mas aquilo que temos de levar para o próximo jogo foi exatamente o que fizemos no último: determinação, entrar bem, jogar bem e a consistência que a equipa tem vindo a demonstrar. Ainda estamos num período curto, fizemos apenas 3 jogos oficiais, começámos com o pé direito, quer na Supertaça [vitória sobre o Sporting], quer no atingir o play-off da Liga dos Campeões [eliminação do Nice, com 2 triunfos], e queremos dar continuidade no Campeonato. E mobilizar os adeptos para aquilo que é o jogo seguinte, um apoio forte no jogo da Amadora, que vai ser muito importante, porque nos sentimos sempre em casa quando jogamos fora, pelo apoio dos nossos adeptos.
Sei que não quer falar de mercado e prefere focar-se nos que cá estão, mas há notícias contraditórias em relação a Aktürkoğlu. Pergunto-lhe como é que está o jogador. Conta com ele para o próximo jogo [Estrela da Amadora]?
O Aktur [Aktürkoğlu] é um jogador muito importante para a equipa. Penso que – e agora de cor... os dados são estes – vale cerca de 25 a 27 golos, em golos e em assistências. É um jogador muito importante para a equipa, começou a época muito bem, feliz no Benfica, escolheu um novo número, fez um início de época muito bom. É público que recebeu uma proposta, mas aquilo que eu sinto é que o jogador, neste momento, está completamente focado na equipa. Repito aquilo que disse na última conferência [antevisão ao Benfica-Nice]: conto com ele para o jogo de amanhã [sábado, 16 de agosto].
"O Aktur [Aktürkoğlu] é um jogador muito importante para a equipa. Começou a época muito bem, feliz no Benfica. [...] Neste momento, está completamente focado na equipa"
Bruno Lage
Há bocadinho, nessa introdução que fez, disse que é uma boa altura para falar de algumas coisas, nomeadamente no final do jogo anterior, dizia que, nesta altura, de acordo com o planeamento que seria ideal para a equipa, seria estar a começar a época. O que lhe pergunto é se este jogo com o Estrela da Amadora será bom para dar os tais minutos que diz que não tem conseguido dar como gostaria a toda a equipa, isto tendo em conta que a seguir vem um jogo que pode valer milhões.
Sim, mas neste momento é a máxima força com o jogo com o Estrela da Amadora. A equipa tem tido uma boa dinâmica, já tivemos vários momentos do jogo em que, independentemente de quem jogue, a equipa tem dado uma boa resposta, e nós sentimos uma energia muito positiva, queremos dar continuidade a esse trabalho. No tempo, haveremos de dar minutos e oportunidade a toda a gente para jogar, para ter tempo de jogo. Podemos criar isso em contexto de treino, como inclusive estamos até ao dia de hoje, a tentar preparar um jogo para sábado, para proporcionar a todos um início de época de acordo com aquilo que nós achamos ser o ideal.
Um dos temas que tinha prometido abordar nesta conferência era o da participação que o Sporting fez no Conselho de Disciplina depois do jogo com a Supertaça. Como reage a esta participação e que consequências espera?
Não estou nada preocupado, e posso garantir de forma muito clara que o que consta na queixa é falso. E estou seguro de que o próprio árbitro Fábio Veríssimo, quando for confrontado com isso, vai dizer o mesmo que eu. Por isso, nada preocupado.
As pessoas do futebol estão habituadas, há muitos anos, a um certo tipo de linguagem. Para quem não conhece ou não está por dentro, pode explicar como funciona? Com estas queixas, não se estará a abrir um precedente a cada jornada? Mediante essa linguagem habitual no futebol, não vamos ter queixas durante toda a época? Quando disse que quem atacasse a equipa teria problemas consigo, não acha que, neste momento, passou a ser um nome consensual no universo benfiquista?
A sua primeira pergunta vai de acordo com aquilo a que não quis responder naquele momento. Porque, imagine nós – e vocês estarem aí desse lado, e terem os vossos colegas franceses – estarmos a discutir um assunto que é nacional. Curiosamente, eles também iam ficar: 'mas o que é que se passou?' Foi que uma equipa fez queixa do treinador sobre determinado momento do jogo. São contingências do jogo. É uma boa questão, mas aquilo que eu quero é estar focado no nosso jogo com o Estrela da Amadora. A única coisa que lhe posso dizer é que essa é a principal razão para que apenas nós – jornalistas portugueses e treinador português – falemos sobre esse assunto, e não transportá-lo para uma dimensão de Champions. Sobre a segunda pergunta, há uma coisa que sei desde 2004: eu sei muito bem o tipo de jogo de que os adeptos do Benfica gostam. Sei muito bem qual é o sistema de que gostam, sei muito bem o quanto gostam de vencer e a forma como gostam de vencer. O meu trabalho, independentemente de ser consensual ou não, é ir em busca dos objetivos da equipa, trazer prestígio e títulos para o Clube e, de alguma forma, tanto eu como a equipa que trabalha comigo, dar alegrias aos nossos adeptos.
"[Schjelderup] É um miúdo com ótimas qualidades. [...] Estamos muito satisfeitos com ele"
Independentemente daquilo que ditar o mercado, incluindo uma possível permanência de Aktürkoğlu, estão reunidas todas as condições para que Schjelderup possa finalmente ter a época de afirmação de que falava no final do último jogo [Benfica-Nice]? Parece-lhe um jogador mais maduro desde quando chegou ao comando técnico do Benfica? Que papel vai ter neste Benfica?
O Andreas [Schjelderup] esteve aqui há pouco tempo e falou exatamente nisso. Ele é um miúdo com uma maturidade muito boa, conhece os pontos fortes dele, sabe onde tem de evoluir e cabe-lhe, a cada momento, corresponder. Teve momentos muito bons no ano passado, fez jogos muito bons e jogos de grande exigência, jogou muitas vezes jogos de Liga dos Campeões e correspondeu. Teve um início de época, tal como ele disse, em que se atrasou um pouco, mas acabou por ter oportunidades muito boas e de jogar. O rendimento da equipa é como eles. Eles têm de apresentar rendimento de jogo a jogo, avaliar, e é muito, também, aquilo que é o lado estratégico. É um miúdo com ótimas qualidades. Ofensivamente, até acredito que o possa beneficiar mais um jogo de posse, mais calmo, porque ele domina muito bem o espaço entre linhas, a receção orientada, situações de finalização de um contra um... Naquele espaço em que ele costuma marcar os golos dele, aparece ali muito bem e, depois, ele sabe disso, há um outro lado do jogo em que ele tem de crescer, tem de continuar a evoluir. Estamos muito satisfeitos com ele, e depende dele que, a cada momento, possa contribuir com boas exibições para a equipa.
A verdade é que o Estrela da Amadora, contra o Estoril, apresentou-se num bloco baixo, muito a sair para o ataque nas alas, digamos assim. O Benfica teve algumas dificuldades no ano passado contra blocos mais baixos e mais deste estilo de jogo. O que é que acha que pode mudar e que mudou neste verão para enfrentar estes jogos de outra forma? E perceber também a condição física do Tomás Araújo, se está disponível para ir a jogo na Reboleira.
O Tomás [Araújo] ainda está em fase de recuperação, mas já treina regularmente com a equipa. Eu percebo a sua pergunta, não concordo tanto com ela, porque nós até tivemos muito boas exibições quando se joga contra equipas com linha de 5 e em blocos baixos. Eu estive a analisar o jogo com o Estoril e nem sempre vi um bloco baixo. Vi uma equipa muito agressiva a pressionar no meio-campo adversário. Agora, aquilo que eu sinto é que nós temos de ir ao encontro daquilo que eu já dizia no ano passado. Há um momento do jogo que tínhamos de melhorar. Temos apresentado bons indicadores no controlo do jogo com bola, e temos de continuar nesse caminho e ser mais consistentes nesse momento.