Futebol

27 setembro 2025, 03h44

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José Mourinho

PÓS-JOGO

A conquista dos 3 pontos diante do Gil Vicente, no jogo que o Benfica venceu por 2-1, nesta noite de sexta-feira, 26 de setembro, no Estádio da Luz, deixou José Mourinho com a convicção de que o objetivo principal foi alcançado.

Para o treinador, na atual fase da equipa, o resultado na 7.ª jornada da Liga Betclic foi o mais importante. "Na globalidade, não é o Benfica que nós queremos, nem eu, nem os jogadores, nem ninguém. À Benfica, foi o esforço, foi a entrega, foi a abnegação, eu diria mesmo o sacrifício porque a equipa está esgotada. Esta acumulação de jogos, 2 dias, 2 dias, 2 dias, esgota. Há jogadores que estão verdadeiramente esgotados", começou por assumir o técnico, na entrevista rápida, à BTV.

Reconhecendo que o Gil Vicente "é uma ótima equipa", acrescentou que o adversário tem "uma semana para preparar jogos, para descansar, para preparar detalhes". "Acho que, de facto, tivemos alguns positivos momentos, mas a pressão é tremenda, há jogadores fisicamente em dificuldade", avaliou.

Para José Mourinho, o espaço de tempo até ao desafio da Liga dos Campeões, com o Chelsea, na terça-feira, 30 de setembro, é benéfico. "Felizmente, para o próximo jogo são 3 dias, porque esta acumulação de 2 dias seguidos é muito. Não fomos clarividentes, perdemos muita bola, tivemos pouca bola, situações de transição podíamos ter saído com muito maior qualidade, mas ficam os pontos, que neste momento são importantíssimos. Fica o romper com uma série de jogos em casa sem ganhar e uma boa mentalidade. Sem qualidade individual, sem qualidade de jogo, gente esgotada, mas com carácter. E eu aproveitava, até porque tenho prazer em defender aqueles que são atacados... Acho que o Richard [Ríos] foi daqueles que deixaram tudo aquilo que tinham para deixar e que deram uma certa segurança", referiu.

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Quanto às alterações na 2.ª parte, o treinador explicou que "Sudakov estava em dificuldade", e falou também de Schjelderup. "É um jogador que tem dificuldade em 90 minutos, tem dificuldade em intensidade, tem dificuldade no sacrifício das transições. É um jogador de bola no pé, que era aquilo que nós queríamos, e por isso é que começámos o jogo com ele", justificou.

Numa ideia igualmente explanada posteriormente na conferência de imprensa, o treinador salientou que lançou Barreiro para dar "mais solidez" no seu sector.

"Com este tipo de atmosfera difícil que os jogadores sentem lá dentro, meter miúdos era complicado", disse, explicando que Tomás Araújo, que "obviamente não é lateral", entrou devido ao seu jogo aéreo e à rapidez nas transições. "Fechámos ali no lado, e depois, como eu lhes disse, na leitura do jogo do Rio ave, sempre que pudermos jogar para a frente, jogamos, mesmo estando a ganhar. Sempre que pudermos, esse é o objetivo, mas quando chega ao minuto 80/85 não se podem sofrer golos de contra-ataque como sofremos com o Rio Ave, e hoje houve um bocadinho mais de pragmatismo nesse aspeto e 3 pontos, que neste momento é o mais importante", sublinhou.

Na ótica de José Mourinho, nesta fase, a equipa "não tem identidade". "A equipa neste momento vive também um bocadinho numa zona cinzenta entre ideias do treinador anterior e as minhas. Há algumas contradições, e essas contradições não são fáceis de ultrapassar sem muito trabalho, que é aquilo que nós não temos a oportunidade de fazer. Nós jogamos, recuperamos, analisamos jogos, mas trabalho efetivo de campo não temos. Mas vamos pensar num jogo de cada vez, em vez de pensarmos nos 3 jogos em simultâneo", vincou.

A ausência de mazelas físicas satisfez o treinador. "Felizmente, o Lukebakio jogou aquele tempo, que, no fundo, acaba por ser uma preparação para ele. Recuperamos o Enzo [Barrenechea], que também estava em extremas condições de fadiga, a roçarem quase o risco de lesão. Acabou por ser bom para ele não ter jogado. E, agora, é aquilo que eu digo, retirar o que de bom fizemos. E o que de bom fizemos, fundamentalmente, foi uma mentalidade, uma resiliência e uma humildade de uma equipa que neste momento sabe que não é uma equipa top, que não está em níveis top, mas que precisa de pontos, e conseguimos os pontos."

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ESPÍRITO, SACRIFÍCIO E RESILIÊNCIA

"[Na apresentação disse 'temos de morder muito'. Satisfeito com a entrega da equipa?] Mas, para morder muito, precisas de ter uma boa condição física e frescura, que é aquilo que nós não temos neste momento. A equipa está cansada, há muito jogador que está cansado. Jogar com 2 dias de intervalo, uma vez, OK; quando vem a segunda de seguida, já começa a ser difícil, e quando vem a terceira, então, começa a ser praticamente impossível. Acho que – até porque eu tive essa experiência, quando treinei a União de Leiria – as boas equipas que não jogam Europa, que não têm acumulação de jogos, e têm uma semana para se preparar, quando há qualidade dos jogadores, que é o caso do Gil, quando há qualidade do treinador, que é o caso do Gil, podem jogar olhos nos olhos com as equipas grandes, quando elas estão em dificuldade. E nós estamos em dificuldade. Felizmente, agora entramos num ciclo de 3 dias, em vez de 2, e já podemos limpar um bocadinho da fadiga. Sem morder muito, trabalharam nos limites, foram resilientes, foram até aos seus limites. Eu diria que à Benfica. O espírito, o sacrifício, a resiliência, lutar por um resultado à Benfica. Depois, não se jogou à Benfica, não se pensou à Benfica, faltou-nos qualidade individual, e, obviamente, depois faltou-nos também qualidade a nível coletivo. Mas, neste momento, o mais importante eram mesmo os 3 pontos, e conseguimos, repito, contra uma boa equipa. Muito boa."

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EQUILIBRAR E SER HUMILDE

"[O trabalho de César Peixoto vincado com a exibição na Luz coincide com o que conheceu dele como jogador?] Não, não coincide porque ele, como jogador, tinha 21 anos, com todos os defeitos dos jogadores de 21 anos, salvo raras exceções. Ele próprio reconhece. Estivemos a conversar um bocado antes do jogo, ele próprio reconhece que é um período completamente diferente da vida dele, da carreira dele como jogador. A coisa curiosa com o César [Peixoto] é que eu estive na operação dele ao ligamento cruzado, o doutor deixou-me, e ajudou-me muito no futuro, porque eu era um daqueles treinadores que faziam sempre enorme pressão aos jogadores para recuperarem depressa, e quando eu estive numa operação ao cruzado, e quando vi um joelho completamente aberto, e percebi a dimensão daquilo, comecei a ser muito mais equilibrado na pressão que eu fazia aos jogadores para recuperarem. Perguntei-lhe se ele gostava disto, e ele disse que gostava muito, inclusive mais do que quando jogava, e é disso que um treinador precisa para andar em frente. A equipa não me surpreendeu porque eu analisei-a. Gostei muito daquilo que vi desde o início do Campeonato. Os jogadores são bons, o treinador é bom, tem boa organização, não tem medo de situações complicadas de descida de divisão, olham para cima, têm qualidade para olhar para cima, e é como eu dizia: jogadores frescos contra jogadores mortos faz uma diferença significativa. Cada vez que eles recuperavam bola, via-se perfeitamente que tinham um andamento diferente. Eu diria que o [Richard] Ríos foi muito importante para nós nas transições no meio-campo, porque foi um que conseguiu equilibrar um bocadinho as transições. Depois os nossos jogadores de ataque, principalmente os dois alas, não tinham, como eu dizia – um, por uma questão mais de caráter do que outra coisa; o outro, verdadeiramente por uma questão física –, não tinham 90 minutos, e depois entrámos naquela fase do jogo em que era importante equilibrar, era importante ser humilde no sentido de 'os pontos são importantes, não vamos sofrer golos', e efetivamente nos últimos 10/15 minutos não tivemos situações de grande dificuldade e gerimos o jogo até acabar."

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O TEMPO DE JOGO DE LUKEBAKIO

"[Motivos para Lukebakio ter jogado mais de 45 minutos] 2-1, 2-1, 2-1 e sem grandes soluções no banco para a mesma posição. O Ivanovic na direita não consegue jogar naquela posição. Eu pus para tentar dar um bocadinho de intensidade, um bocadinho de velocidade, mas ele depois vem para zonas interiores, perde muito a bola sob pressão. Eu tentei ir com o Luke [Lukebakio] o mais possível. Pensei mais na 1.ª parte do que efetivamente na 2.ª, pensei: 3-1, e o jogo é diferente. Mas depois, com 2-1, obviamente que queres segurar, mas ao mesmo tempo queres ter no campo alguém que possa atacar, que possa ser perigoso, e por isso deixei-o um bocadinho mais. Mas agora há 3 dias para recuperar, e para ele vai ser importante."

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INTENSIDADE COM 2 ALAS

"[Motivo para Lukebakio jogar de início] Você vai-se rir, mas o objetivo era começar bem. Quem começou bem foi o Gil [Vicente]. Mas o objetivo era começar bem, o objetivo era ter em campo gente para poder dar um início de jogo forte, tentar começar bem. Não começámos, mas tivemos gente em campo, na 1.ª parte, que conseguiu dar uma boa resposta, o penálti é um movimento importante que eu acho que nesta equipa só ele é que pode fazer aquele tipo de movimento profundo, o controlo depois é ótimo. Quis fazê-lo jogar de início exatamente para tentar começar bem. Não temos alas puros em abundância. Quis começar com os 2 para tentar, como eu disse, dar um bocadinho mais de intensidade, dar um bocadinho mais de largura. O Gil Vicente é uma equipa que mete muita gente na frente e que defende com duas linhas de 4; quando sai em transição, deixa um bocadinho a equipa não muito bem preparada para a transição. Eu pensava que podíamos fazer mais golos em bola recuperada e em bola metida na frente."

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PRAGMATISMO EM DETERMINADOS MOMENTOS

"[Ser pragmático?] Para mim, pragmatismo é também controlo. É mais controlo, é levarmos o jogo para onde nós queremos levar o jogo. E não fomos nós que levámos o jogo para onde queríamos. Foi o Gil Vicente que nos obrigou, naqueles últimos 10/15 minutos, a jogar da maneira que nós não queríamos. Mas depois veio um bocadinho ao encontro da pouca energia, veio um bocadinho ao encontro da pouca velocidade nas transições. Foi compactar. Depois meti o Tomás [Araújo] a lateral, porque obviamente fecha melhor o espaço interior, o espaço onde eles fizeram o golo anulado. E eu receei que na parte final pudesse acontecer alguma coisa por ali também. Depois, aí, sim, foi na direção do pragmatismo, mas eu acho que pragmatismo é importante em alguns momentos do jogo, mas não como filosofia. Ser só pragmático não chega, principalmente num clube como este, não chega. Agora há momentos, há momentos, e neste momento foi importante para nós."

APANHA-BOLAS SONHADORES

"[Explicação para o cumprimento a um apanha-bolas após golo] O miúdo estava ali, eu não sei sequer se é miúdo da academia ou não, se são miúdos da academia ou não. Provavelmente, são. Mesmo que não sejam, são miúdos que vivem o Clube. Eu faço isto muitas vezes com os apanha-bolas em todos os clubes, que aqueles miúdos que vão ali são miúdos que estão ali a sofrer e ao mesmo tempo a sonhar. Eu lembro sempre, que é o caso mais bonito que eu conheço, que foi o Pep Guardiola, que era apanha-bolas do Barcelona e passou a ser grande jogador e passou a ser grande treinador. Eu acho que estes miúdos são miúdos que sonham, vêm para aqui obviamente para ajudar, mas são miúdos que têm os seus sonhos. Acho que para eles, às vezes, é muito bonito que um jogador lhes dê uma prenda, ou que um treinador lhes dê high five. Acho que para os miúdos é engraçado."

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CHICOTADAS METODOLÓGICAS E A JUVENTUDE DA EQUIPA

"[De que cirurgia precisa o Benfica?] Acho que não há tempo para grandes cirurgias. No máximo, ali um bocadinho de Botox nos locais exatos para mudar um bocadinho a forma e dar-lhe um bocadinho mais de juventude. Esta equipa é muito jovem, mas neste momento precisa de juventude ao nível da energia. A equipa está muito cansada. Vocês veem, porque é um caso paradigmático, vocês conhecem muito bem o Fredrik Aursnes, é pau para toda a obra, é um jogador que joga 40/50 jogos por época, sempre com uma intensidade alta, sempre com concentração altíssima, e nos últimos 2 jogos teve dificuldades, teve muitas dificuldades. Acho que é um caso muito, muito, objetivo. A equipa, fundamentalmente, precisa de descansar, depois precisa de aumentar os níveis de confiança. Eu preciso de os conhecer cada vez melhor, e eles a mim. E a coisa mais difícil é... E obviamente que eu peço-vos que não levem isto para o lado errado, porque não é para o lado errado, mas não há dois treinadores iguais, não há dois treinadores com ideias iguais. Quando as ideias convergem, e o treinador que chega fica contente em deixar determinado tipo de princípios continuarem, é bom. Quando o treinador não gosta de alguns princípios e quer mudar, não pode mudar assim [faz o gesto de estalar de dedos], não pode mudar assim. E isso são as contradições, que os jogadores precisam um bocadinho de tempo. Eu acho sempre que as pessoas, quando se utilizava muito aquela expressão da chicotada psicológica, aquelas tretas da chicotada psicológica, eu digo sempre que é a chicotada metodológica. É trabalhar de maneira diferente, é pensar de maneira diferente, é jogar de maneira diferente, e precisamos de um bocadinho de tempo, que não sei quando é que vamos ter, por isso tem de ser a pouco e pouco. Nós, como não podemos treinar muito, perdemos muito tempo a analisar as coisas. Hoje provavelmente eu e o meu staff não dormiremos a preparar as reuniões para amanhã para analisar este jogo antes de prepararmos o próximo. Não é fácil. As pré-épocas são feitas para dar base, para dar uma base de sustentação àquilo que é uma equipa com os seus princípios. Eu não fiz essa pré-época com eles, nem o Bruno [Lage] fez, pela dificuldade depois do Campeonato do Mundo de Clubes. Portanto, provavelmente, é uma equipa que tem muita gente nova, nova em termos de que chegaram agora ao Clube, nova de idade, é uma equipa jovem, é uma equipa que em campo, tirando o Otamendi e o Aursnes, é uma equipa muito, muito, muito jovem, e no banco, o avôzinho do banco era o Barreiro, com 25 anos, e depois era tudo miúdos com 19, 20 e 21. Portanto, em momentos críticos do jogo, tu queres meter experiência, queres meter gente com know-how e que já passou por muitas experiências destas, e depois entra o [João] Rego, que não sei quantos minutos é que o Rego tem. E não entrou o [Gonçalo] Moreira, pelo qual eu tenho um fraquinho, do pouco que vi nesta semana, tenho um fraquinho, mas o jogo não foi para ele. Eu tinha-o no banco para poder entrar no caso de a situação estar dramática, ou no caso de a situação estar fantástica. Não estava nem dramática, nem fantástica, não foi a hora dele, amanhã [sábado] vai jogar contra o Torreense [pelo Benfica B]."

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DESEMPENHO

"[Significado de Trubin ser o melhor jogador do Benfica?] Eh, pá, não vi o jogo. Não vi o jogo. Estava distraído e não vi o jogo. Vimos um jogo diferente. Faz uma dupla defesa fantástica no primeiro minuto, leva um golo de falta a 16 metros, uma falta que devia ter sido falta contra o Gil Vicente, portanto podemos tirar essa situação do contexto. Teve duas bolas no poste, mas nem é aquela bola de poste que é quase golo, são bolas no poste de raspão, e depois o quê? Cruzamentos, bolas longas, sair...? Não vi nada de especial no jogo do Trubin, honestamente."

EMOÇÕES DO REGRESSO A STAMFORD BRIDGE

"Vou ver o meu filho, porque ele está lá. Neste momento tenho a minha mulher e a minha filha em Portugal, o meu filho está em Londres, então a melhor coisa lá é poder vê-lo e, se possível, trazer os pontos que perdemos contra o Qarabag. Mas eu sei que o Chelsea é uma equipa de topo, com jogadores fantásticos, um bom treinador, grande estatuto, são campeões mundiais. Eles também perderam o primeiro jogo, também precisam de pontos. Se os adeptos forem simpáticos para mim, ótimo; se não forem, é a vida, sem problemas. Mas estou feliz de voltar."

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AS MUDANÇAS NO CHELSEA

"[Reação à ausência de Cole Palmer na Champions] Estou feliz com isso, é um jogador fenomenal. [Mudanças no Chelsea] Você sabe, o Chelsea de Abramovich, o meu Chelsea, o Chelsea que construímos e que durou muitos anos, foi um clube vencedor, vencia tudo, comigo e depois com Ancelotti, Conte, Tuchel... o Chelsea era uma máquina vencedora, ganhava sempre, todas as épocas. Grandes mudanças, investimento louco, mas, num período de um par de anos, pareceu que eles perderam a direção. Muitos jogadores, muitos milhões... a equipa sem uma filosofia clara... Então, por alguns anos, foi... difícil. Para quem ama o clube, foi difícil. Enzo Maresca chegou, passo a passo, o puzzle foi feito. Você sabe, a Liga Conferência é uma competição fantástica para uma equipa destas ganhar facilmente, e conseguir o primeiro troféu. E dar ao clube a filosofia e a cultura de vencer, não importa o quê, vencer. Na minha época, acho que vencemos 3 ou 4 Taças da Liga, por exemplo. Se não se consegue ganhar a Premier League, ganha-se algo, então ganha-se a Liga Conferência, ganha-se alguma coisa. Então eles ganharam a Liga Conferência. E depois eles vão para os Estados Unidos e voltam com o escudo, o escudo grande, no peito. Agora, sim, eu acho que eles têm uma boa equipa. De uma certa forma, se o Cole Palmer não puder jogar, isso não é um problema para eles. Se Sudakov não joga ou se Pavlidis não joga, eu estou em grandes sarilhos. Mas para o Chelsea, não há problema."

Texto: Redação
Fotos: Isabel Cutileiro e Tânia Paulo / SL Benfica
Última atualização: 27 de setembro de 2025

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