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Futebol
05 novembro 2025, 22h51
José Mourinho
Em declarações rápidas prestadas à Sport TV, antes da conferência de imprensa, o treinador identificou a "chave" para o desenlace do encontro: "Foram todas as oportunidades que criámos e não concretizámos. Começou muito cedo e foi praticamente durante todo o jogo. Segundo a estatística que me deram, tivemos 21 remates à baliza. Obviamente, não foram 21 remates para golo, mas tivemos 4 ou 5 grandíssimas oportunidades de golo, e não foram situações isoladas do contexto, foram situações dentro do contexto daquilo que foi o jogo. Foi uma equipa a jogar muito bem, com bola, sem bola, obviamente a ter algum percalço em transição ofensiva do adversário, mas uma equipa que controlou o jogo, jogou muito bem, teve muita qualidade na primeira e na segunda fase, e, depois, chegou na boca da baliza e falhou. Não conseguimos concretizar."
"Depois, obviamente, a partir daquele momento [golo do Bayer Leverkusen], mesmo que nós tentássemos motivar e tentássemos tranquilizar, a equipa foi... a equipa foi até ao fim, mas aí já foi com algumas dificuldades. Depois, eles meteram-se ainda mais atrás, com 4/5 gigantes a fechar a zona central. Nós não somos uma equipa muito poderosa no jogo aéreo, e não conseguimos encontrar tantos espaços para jogar. Obviamente, frustradíssimo com o resultado, mas contentíssimo com a evolução da equipa e com a qualidade do jogo que fizemos", avaliou.
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"Tudo aquilo que nós preparámos, os jogadores fizeram muito bem, com uma entrega extraordinária. É uma derrota, não há volta a dar, mas é um jogo muito bem conseguido. Eu dizia aos jogadores 'repetimos este jogo, e o jogo decorre da maneira como decorreu, fazemos os golos... em 10, ganhamos 9 e perdemos 1, que foi hoje'", acrescentou, salientando que a exibição foi "boa" e "completa", e "a única coisa que não a torna completa verdadeiramente é o facto de não" ter incluído golos.
José Mourinho comentou ainda a arbitragem: "É difícil ver um árbitro dar um cartão amarelo a um guarda-redes no 1.º tempo, só dão ao minuto 89. Depois, falta, mandam-se para o chão, pára o jogo, obrigam a parar o jogo, e é essa a minha frustração. Depois, lances do jogo, já não entro por aí. Se calhar, não aconteceu nada de especial. Se calhar, não houve nenhum erro gritante. Agora, eu acho que todos temos responsabilidades no jogo, na qualidade do jogo, e o jogo, hoje, a parte feia do jogo... a culpa não é do [Kasper] Hjulmand, a culpa não é dos jogadores do Leverkusen. A culpa é de quem permite, que é um árbitro que, infelizmente, eu conheço bem. Eu sei que ele não tem grande paixão por mim, eu também não tenho grande paixão por ele, mas não acho que perdemos pelo árbitro, acho que perdemos porque nós não fizemos golos."
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CONVICÇÃO E MATEMÁTICA
"[É a altura de pensar só nas competições domésticas, ou ainda há alguma coisa para retirar da Liga dos Campeões?] Sou mais otimista do que o Alexandre [jornalista que fez a pergunta]. Ninguém me vai convencer de que estamos fora. A matemática é muito objetiva, há 12 pontos para jogar, e são necessários, não sei, mas 9, ali à volta de 9. Portanto, a matemática diz-me que é possível, mas não só a matemática. Este jogo convence-me de que podemos ganhar os pontos que nos faltam para nos podermos qualificar. Acho que é um jogo muito forte, acho que é um jogo muito convincente. Obviamente que eu terei uma visão diferente da vossa, eventualmente terei também uma visão diferente das pessoas que viram em casa, ou das pessoas que estiveram no Estádio, mas eu tenho de ver as coisas em todas as perspetivas. Obviamente que a perspetiva mais óbvia e mais lógica é o resultado, e perdemos, mas eu tenho de ver também a maneira como a equipa jogou, a maneira como a equipa defendeu, a maneira como a equipa construiu, a facilidade com que, neste momento, está a sair a jogar a partir de trás. Equipa muito confiante, equipa com muita qualidade no jogo, a criar muitíssimas oportunidades de golo. Em condições normais, fazemos um golo hoje e ganhamos, não haveria história. Portanto, eu tenho a matemática do meu lado e tenho a convicção pela evolução da equipa, a equipa está a jogar cada vez melhor."
DOMINGO, É DAHL MAIS 10
"Para o jogo de domingo com o Casa Pia, eu digo já um jogador que vai jogar: Dahl. Fez um jogo fantástico. No 1.º tempo, ali à minha frente, foi até delicioso ver a maneira como defendia, a maneira como saía da pressão, a maneira como saía a jogar. Neste momento, é um jogador que procura muito mais a profundidade do que aquilo que fazia anteriormente. O Dahl fez um jogo muito, muito, muito bom. Eu, quando o tiro, não o tiro para penalizar por um erro, porque o erro dele é um erro nosso, não é um erro individual. Se fôssemos falar em erros individuais, falhámos golos de baliza aberta, tivemos o guarda-redes pela frente, quisemos entrar com a bola pela baliza dentro... Portanto, se fôssemos falar de erros individuais, teríamos de falar de muita gente. Portanto, o miúdo fez um jogo muito, muito, muito bom, e as substituições que eu fiz não tiveram absolutamente nada que ver com isso. Ele está em crescendo, está a jogar cada vez melhor."
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NÃO HÁ PRESSÃO, O FUTEBOL ÀS VEZES É CRUEL
"[Os jogadores estão a sentir muita pressão devido à classificação na Liga dos Campeões?] Eu não acho que seja pressão. Eu acho que, se fosse pressão, a pressão sentir-se-ia logo a partir de trás. A equipa está com uma tranquilidade enorme. O próprio Trubin, que não é um mágico com os pés, neste momento, OK, em algum jogo, ainda tem algum erro, por força daquilo que nós estamos a tentar fazer, mas grande estabilidade, a maneira como fazem os triângulos na construção... A equipa sai a jogar de trás com grande facilidade, encontramos sempre as zonas do último terço. Não penso que seja. As bolas que foram ao pau, olhe, foram ao pau, não deviam ter ido. Na 2.ª parte, tivemos ali alguma situação dentro da área que, aí, sim, tem de se ser mais matador, tem de se dar uma paulada na baliza em vez de tentar driblar o guarda-redes ali com meia dúzia de metros quadrados. Portanto, acho que não foi pressão. Quando há pressão, as equipas jogam mal. A equipa jogou muito bem. É o jogo mais... OK, contra um adversário que fez um remate à baliza no jogo todo, mas é um adversário de peso, é um adversário com três centrais importantes, é uma equipa que, quando pode ter bola, é uma equipa que é perigosa. Portanto, foi um adversário que nos exigiu muito, e nós demos tudo aquilo que o jogo nos pediu. Ao intervalo, temos de estar a ganhar 2-0/3-0. No início da 2.ª parte, temos de ser nós a fazer o golo, não fizemos. O futebol às vezes é cruel, às vezes acontece isto. Penso que já teremos a sorte, nós, de ganhar algum jogo que não merecemos. Ainda não aconteceu, mas estou convicto de que um dia chegará. Hoje, não chegou para nós."
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NINGUÉM PODE DIZER QUE O BENFICA ESTÁ FORA
"[O que se diz a uma equipa que faz uma exibição muito bem conseguida como hoje, no final do jogo, para combater alguma frustração?] Eu já lhes disse basicamente aquilo que vos disse a vocês: neste momento, ninguém me pode convencer de que estamos fora. Se vocês todos se puserem agora aí a gritar 'O Benfica está fora, o Benfica está fora, o Benfica está fora', não vão conseguir convencer-me. Eu estou absolutamente convicto de que não estamos fora. Não posso dizer 'Vamo-nos qualificar', seria vender um bocadinho banha da cobra, que não o faço, mas recuso-me a aceitar que estamos fora. Há 12 pontos para disputar, e é aquilo que eu dizia, eu já disse aos jogadores: a matemática é muito clara. Temos possibilidades. E, depois, a evolução da equipa, a maneira como a equipa está a jogar, a maneira como a equipa está a construir. Não há nada que me convença de que nós não podemos ainda lutar. Temos 2 jogos até ao final do ano civil, que é Ajax e Nápoles. Entramos no campo dos ses – se ganharmos –, mas, efetivamente, se ganharmos estes 2 jogos, estamos completamente dentro da luta nos últimos 2 jogos. Aquilo que [a jornalista] disse de não termos perdido domesticamente e termos perdido fora, eu diria que a Champions League é o nível mais alto do futebol europeu, obviamente. As duas equipas da Premier League contra as quais perdemos: com o Chelsea, jogámos cara a cara, perdemos, podíamos não ter perdido. Uma vez mais, falhámos golos, uma vez mais, metemos bolas no poste; no Newcastle, na 2.ª parte, da mesma maneira que eu utilizei a expressão em Guimarães 'atropelámos o Vitória', posso utilizar também a mesma expressão na 2.ª parte, o Newcastle atropelou-nos fisicamente. Não tivemos possibilidades nenhumas de entrar no jogo. Hoje, uma equipa que não criou nada, uma equipa que não arriscou nada, uma equipa que foi completamente dominada, mas lá está, é de um nível em que você olha para os três centrais, o Quansah, o Tapsoba e o Badé, e estamos a falar de muitos milhões, estamos a falar de muita qualidade. Portanto, estamos a jogar contra uma equipa que, ainda que nós a dominemos, tem alguns argumentos para tentar jogar contra nós. Uma equipa que nós dominámos o jogo todo, na 2.ª parte, a meio da 2.ª parte, mete o Patrick Schick, que é um jogador com uma estrutura física importante, portanto as equipas têm um potencial diferente. Mas, com exceção da 2.ª parte do jogo com o Newcastle, em que eu senti verdadeiramente 'não vamos conseguir', com o Chelsea, e principalmente hoje, porque hoje, então, é clamoroso, nós podemos. Portanto, agora é pensar no Casa Pia, que é, na tal competição doméstica que você diz que nós ainda não perdemos, um adversário que é melhor do que aquilo que a tabela diz, que é difícil de analisar porque mudou de treinador nesta semana, e provavelmente aquilo que faziam, provavelmente vão tentar coisas diferentes, mas temos de focar nisso e tentar ser otimistas, pensando naquilo que de bom fizemos hoje, que foi tudo, menos o mais importante, que é ganhar o jogo."
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A IMPORTÂNCIA DE LUKEBAKIO
"Muito daquilo que nós preparámos hoje foi com o Lukebakio como um ponto importante da nossa estratégia, e, principalmente na 1.ª parte, conseguimos fazer tudo aquilo que tínhamos preparado com ele. Ele explorou muito bem os posicionamentos perdidos do Grimaldo, que se desloca para outras posições em posse de bola, foi por ali que nós iniciámos praticamente todas as nossas transições, ele profundizou, ganhou 1×1, apareceu na cara do guarda-redes, meteu a bola no poste. Eu prefiro um jogador assim a um jogador que eu não o consiga ver no jogo. E às vezes há jogadores que jogam, e depois chega-se ao fim e nem sequer se percebeu que eles jogaram. Ele não, ele está a jogar muito bem, já em Guimarães fez um bom jogo, principalmente uma boa 2.ª parte, e neste momento é um jogador muito importante para nós."
A LUZ VEIO A JOGO
"Sim, sim, sim, vieram a jogo. Seguramente, na parte final, existe a frustração, mas ao mesmo tempo existiu o apoio à equipa, aí, sim, nos últimos 10/15 minutos estamos a falar de uma equipa de gigantes, que se posicionou dentro da área também de um modo confortável, ao saber que nós temos algumas limitações a esse nível. Você [jornalista] viu que tudo aquilo que nós conseguimos construir nestes últimos 10/15 minutos, a sair por fora e a construir por fora, muitas das vezes era o próprio Otamendi que fazia 50/60 metros para se posicionar na área, por ser um jogador forte no jogo aéreo, mas, ao nível das oportunidades de golo, nós construímos de tudo. Inclusive, de bola parada, construímos, metemos uma bola no poste, num pontapé de canto, tivemos situações de transição cara a cara com o guarda-redes, tivemos situações na 2.ª parte, mesmo na ocupação da área tivemos situações, principalmente aquela em que o Pavlidis está só com o guarda-redes na frente e tenta driblar o guarda-redes. Falhámos na finalização, e depois, como eu já dizia na flash interview, dói-me o coração que um miúdo que fez um excelente jogo, depois, faz uma assistência, digamos assim, para o golo do Bayer Leverkusen, que não fez nada para ganhar. Não fez nada para ganhar, teve a complacência do árbitro na estratégia de antijogo. Eu digo sempre que, quando existe antijogo, a culpa não é do treinador adversário, a culpa não é dos jogadores adversários, a culpa é de quem o permite, é do árbitro. Portanto, o [Kasper] Hjulmand [treinador do Bayer Leverkusen] fez aquilo que eu teria feito se estivesse na situação dele, a levar bolada na cabeça; os jogadores do Leverkusen fizeram a mesma coisa que os jogadores do Benfica fariam se estivessem a ganhar; o árbitro, muito estilo, mas, na minha opinião, pouca qualidade. Mas não foi por ele que nós perdemos, perdemos porque não fizemos golos."