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Futebol
20 novembro 2025, 14h14
José Mourinho
Na antevisão do duelo da 4.ª eliminatória da prova-rainha, que está agendado para as 20h30 desta sexta-feira, 21 de novembro, no Estádio do Restelo, José Mourinho deu conta da ambição de vencer este embate, perspetivando "uma noite bonita de futebol".
Em conferência de imprensa, no Benfica Campus, o treinador encarnado abordou a indisponibilidade de Lukebakio, que será submetido a intervenção cirúrgica, falou também da situação de Sudakov, "convocado" e que "vai a jogo".
Ainda sobre os jogadores, o técnico referiu que Manu treina sem limitações, mas não terá minutos. Quanto a Barreiro, indicou que o médio não fará parte do onze inicial.
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Benfica e Atlético voltam a encontrar-se quase 43 anos depois. Pergunto-lhe: Como é que antecipa este jogo? E, se me permite, como estão os internacionais que estiveram por estes dias ao serviço das seleções? Além de Lukebakio, há mais algum indisponível para o jogo de amanhã [sexta-feira]? Ou, em sentido inverso, algum jogador com o qual já possa contar e que tenha recuperado?
Lukebakio, é conhecida a situação. Todos os outros jogadores que vieram das seleções vieram em condições de poder dar o contributo no jogo de amanhã. Regressos ao treino sem limitações, sim. O Manu neste momento treina sem limitações, faz do primeiro ao último minuto de treino com a equipa e completamente integrado, mas uma coisa é treinar, outra coisa é jogar. O Atlético, para gente da minha idade que começou a ir a campos de futebol – eu acho que ainda não sabia sequer caminhar –, significa... porque obviamente você vê os anos do Atlético na 1.ª Divisão e vê a minha idade, inclusive eu recordo-me de ver o meu pai jogar na Tapadinha, portanto o Atlético é, para a minha geração, o Atlético daquele tempo, e não o Atlético que nas últimas décadas viveu em dificuldades. Acho que é bonito. Honestamente, preferia que o jogo fosse na Tapadinha, pelo significado, mas ser em Belém, num dos estádios mais bonitos do futebol português e também muito perto, obviamente, de Alcântara, acho que será uma noite bonita de futebol. Obviamente, não esperando facilidades, mas, obviamente, esperando ganhar.
Gostava de lhe perguntar sobre o caso Schjelderup. Já ouvimos Rui Costa falar sobre o caso, a dizer que o Clube vai dar todo o apoio, mas gostava de saber, na relação entre o treinador e o jogador, se já teve oportunidade para falar com ele e como é que se recupera, se calhar psicologicamente, um jogador depois de ser condenado? E depois perguntar-lhe também sobre o Rafa Silva: interessa, ou não, ao Benfica? E, tendo em conta que já treinou na Turquia, se estas quezílias que há muitas vezes com os clubes são prejudiciais, ou não, e se gostava de ver o Rafa Silva jogar no Benfica.
Eu não posso falar de jogadores de outros clubes. Ou, por outra, posso, mas não quero, e o Rafa Silva é jogador do Besiktas. Não vou fazer qualquer tipo de comentário. Alguns colegas seus já fizeram o desenho, inclusive a dizer que eu não gosto do Rafa Silva, não gosto do feitio... Quem sou eu para não gostar do feitio de alguém, principalmente de alguém que não conheço? Mas, pronto, mudando de direção, em relação ao Schjelderup. Errou, foi a tribunal, foi condenado. Não é, obviamente, uma condenação que o impede de exercer a sua atividade profissional, e quem errou, e quem aceitou que errou, e quem aceitou perfeitamente a condenação, acho que é um passo importante para ele próprio sentir que o que fez, fez, não o pode esquecer. A condenação não o faz, obviamente, esquecer, e tem de continuar com a sua vida, sendo menos naïf do que foi no passado, e aprendendo com uma experiência negativa, que eu acho que marca, honestamente eu acho que marca, e marcará sempre, mas tem de continuar a crescer como pessoa. Mais importante do que crescer como jogador de futebol é crescer como pessoa, e ser positivo.
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"A gestão é simples, é um jogo que nós temos de ganhar, queremos continuar na competição. A denominação tomba-gigantes, não sei quem é que a inventou, mas quem a inventou estava num momento brilhante, e é exatamente esse o significado da Taça"
José Mourinho
É o início de um ciclo terrível para o Benfica este jogo com o Atlético fora de casa, e digo terrível porque envolve saídas complicadas como Ajax, Braga, receções a Nápoles, o dérbi, etc. Mas este é o primeiro jogo depois do empate com o Casa Pia, um jogo que ficou marcado por questões de arbitragem, por críticas, por problemas dentro e fora do relvado. No final, o Presidente do Benfica, Rui Costa, pronunciou-se em relação à arbitragem, mas deixou também palavras direcionadas à equipa do Benfica, que tem de dar mais, tem de jogar mais, exige-se mais à equipa do Benfica. Sentiu essas palavras do Presidente do Benfica?
Ouviu a minha conferência de imprensa depois do jogo? Então, não vale a pena responder, já respondi.
As palavras foram posteriores.
As palavras? E o treinador vai comentar as palavras do Presidente? Os comentadores comentam as palavras de toda a gente. Eu sou treinador do Benfica, vou comentar as palavras do Presidente do Benfica, eu? Nem pensar.
A lesão de Lukebakio aumenta a necessidade do Benfica de ir ao mercado. A pergunta é: até lá, quais é que são as suas opções, o que é que pensa sobre isto para aquela posição em específico?
Joga outro. Joga outro. É tão simples quanto isso. Não há muito a dizer. Não há muito a dizer. O único mercado que eu conheço que está aberto amanhã é o Mercado do Livramento, em Setúbal. Bom peixe, boa carne, bons legumes, boa fruta, gente boa, gente simpática. É o único que eu conheço. Em Lisboa haverá seguramente outros, e em todas as cidades haverá bonitos mercados abertos. O mercado do futebol, não conheço nenhum que esteja aberto agora. Lukebakio não joga, joga outro. Se você me perguntar se eu estou contente com a sua lesão, obviamente que não estou contente com a sua lesão. Se você me perguntar se eu chorei ontem a noite toda depois de saber o resultado dos scans, não chorei nada. É andar para a frente. Não joga ele, joga outro.
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Voltando um bocadinho à última conferência, tinha-nos dito que havia jogadores que não percebiam bem aquilo que era o Benfica. Qual é o seu papel em mostrar aos jogadores o que é que é o Benfica a esses jogadores que ainda não percebem? Como é que o José Mourinho trabalha isso? Em relação a Lukebakio, joga outro, mas como é que isso pode afetar o seu jogo, sendo que o Lukebakio, obviamente, era uma peça fundamental, ou tem sido uma peça importante, no seu jogo.
Mas não pode jogar. Ele já não poderia jogar com o Atlético por situação disciplinar relativamente à federação espanhola. Agora não pode jogar com o Atlético por lesão, e não poderá jogar, segundo o departamento médico, mais de três meses aproximadamente. Não vale a pena, não vale a pena sequer pensar nele. Obviamente que estou preocupado, porque uma cirurgia é sempre uma cirurgia. Penso que será amanhã. Obviamente, estou preocupado. Não será uma coisa muito complicada, segundo me foi explicado, sob o ponto de vista clínico. Será uma cirurgia, de certa maneira, menos complicada do que algumas que acontecem no futebol quase semanalmente, mas é um jogador meu que tem uma situação cirúrgica. Obviamente que estou preocupado, mas vai jogar outro. Se depois afeta, porque não temos jogadores de características semelhantes e não podemos simplesmente 'sai um, entra outro'? Não é tão simples quanto isso, mas entra outro, e entra outro seguramente com vontade de jogar, com vontade de aproveitar a oportunidade e de dar o seu melhor. Relativamente aos jogadores que ainda não perceberam bem o que é o Benfica, eu acho que é uma situação normal, a única situação que é... eu não diria que é normal, porque o Benfica é o Benfica, mas parece-me, apesar de eu ter estado fora de Portugal, se calhar, nos últimos 20 anos ou mais, aquilo que me dá sensação é que, nos outros clubes, os jogadores têm tempo de conhecer, de se adaptar, de falhar, de não jogar bem, de não render, de ter alguns pontos de interrogação à frente do seu nome. O Benfica é o Benfica, o Benfica é diferente, e são também vocês [jornalistas] que o fazem diferente. Os jogadores, quando chegam aqui, não têm esse tempo que normalmente lhes é dado, e tempo a todos os níveis, inclusive a conhecer exatamente a dimensão daquilo que é o Benfica, do nível de exigência, mas um conhecimento profundo daquilo que é a história do Benfica, daquilo que os adeptos esperam do Benfica. Eu digo os adeptos, não os pseudoadeptos, porque há muitos também aí, inclusive alguns misturados, a fazerem de conta que são jornalistas, mas não são. Mas é importante que eles saibam. Hoje conversámos sobre isso. Eles regressaram hoje da seleção, depois do jogo do Casa Pia foram embora. Foi hoje que analisámos o jogo do Casa Pia nas vertentes que dependem de nós, porque no jogo do Casa Pia aconteceram coisas que não dependem de nós. Aquilo que depende de nós, os erros que nós cometemos, as coisas que nós temos de melhorar, foi hoje o primeiro dia em que estivemos todos juntos e analisámos o jogo e falámos de novo sobre aquilo que é ser Benfica e do tipo de atitude, do tipo de mentalidade que está muitas das vezes num plano superior àquilo que é, inclusive, a qualidade. Conversámos, da mesma maneira que treinámos. Pouco tempo para conversar, pouco tempo para treinar, mas é aquilo que nós procuramos fazer.
Queria perguntar-lhe sobre o estado físico de Sudakov. O selecionador falou numa lesão grave, a federação [ucraniana] alertou para o risco de uma recaída. O que nos pode adiantar sobre isso?
Eu posso-lhe adiantar que o Benfica tem um departamento médico. É com o departamento médico do Benfica que eu trabalho. É no departamento médico do Benfica que eu tenho confiança total. Se, um dia, essa confiança total tiver de se transformar em confiança parcial, também lhes direi, e vice-versa, espero que seja assim. Neste momento, a nossa relação é uma relação de confiança recíproca. Aquilo que diz o meu colega treinador da seleção da Ucrânia, aquilo que diz a federação da Ucrânia, aquilo que especulam os sabichões que sabem tudo... eu não, eu limito-me a reunir com os chefes clínicos do nosso departamento. Fi-lo logo no início da semana, tenho-o feito todos os dias. Hoje, antes de fazer a convocatória, voltei a reforçar todas as perguntas e todas as explicações que já tinha feito anteriormente. E a explicação é muito clara da parte do meu departamento clínico: o jogador tem zero risco, há zero risco relativamente a essa hipotética lesão muscular. O jogador está convocado, e o jogador vai a jogo.
Falou sobre o Manu, que está a treinar em pleno, mas jogar é diferente. Mas será convocado, irá acompanhar a equipa amanhã?
Não, não.
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"Vou começar com a equipa que eu acho que é a equipa que nos pode ajudar a ganhar o jogo"
Mas relativamente ao jogo de amanhã, tendo em conta que se trata também de um jogo contra uma equipa do 3.º escalão, com todo o respeito que merece e que o míster José Mourinho já evidenciou, também é uma boa alternativa, um bom jogo para ver as linhas secundárias do Benfica, aqueles jogadores que têm tido poucas oportunidades, ou vai manter um onze muito próximo daquele que tem utilizado? Até porque o que é certo é que esta equipa já não joga há algum tempo, muitos destes jogadores também estão há algum tempo sem competir e, portanto, terão de jogar, até porque se aproxima um jogo importante com o Ajax, como é que vai fazer esta gestão?
A gestão é simples, é um jogo que nós temos de ganhar, queremos continuar na competição. A denominação tomba-gigantes, não sei quem é que a inventou, mas quem a inventou estava num momento brilhante, e é exatamente esse o significado da Taça. É muito raro haver uma jornada de Taça sem que haja um tomba-gigantes, e nós temos de respeitar. Eu acho que, apesar de Mafra ser um local lindíssimo, eu não fui a Mafra visitar o Convento ou almoçar, eu fui a Mafra ver o Atlético jogar, e acho que isso foi imediatamente um sinal de respeito, um sinal de querer conhecer ao máximo o nosso adversário da Taça. Você disse, e bem, que há vários jogadores nossos que foram às seleções e que não jogaram, ou praticamente não jogaram. O António Silva não jogou, o Otamendi não jogou, vários que não jogaram, o único que fez dois jogos completos foi o Leandro Barreiro, e é o Leandro Barreiro o único jogador que me preocupa sob o ponto de vista da gestão, e por esse motivo não vai começar o jogo. Para além disso, vou começar com a equipa que eu acho que é a equipa que nos pode ajudar a ganhar o jogo.
Disse há bocado que não ia responder se gostava de ter o Rafa no Benfica, porque é de outro clube. Eu perguntava se o perfil de Rafa encaixava numa equipa sua. E depois também recordo que, no final do jogo com o Casa Pia, criticou bastante, até disse que não ia muito longe com as críticas. Eu pergunto se, depois dessas críticas e de ver o FC Porto nesta semana a ir ao Conselho de Arbitragem dizer que é o clube mais prejudicado da 1.ª Divisão, partilha dessa opinião, de que o FC Porto é o clube mais prejudicado neste primeiro terço do Campeonato.
Eu não estou a analisar os jogos do FC Porto. Para dizer efetivamente a verdade, desde que o FC Porto jogou contra o Benfica, não voltei sequer a ver o FC Porto, porque a próxima vez que nós jogaremos com o FC Porto, eventualmente, será na Taça da Liga, eventualmente, se nós ganharmos as meias-finais. Portanto, não se aproxima o jogo com o FC Porto, eu não estou nada preocupado em ver o FC Porto jogar, não tenho condições nenhumas para analisar essas alegações que o FC Porto eventualmente possa ter feito, nem é problema meu. Aquilo que eu disse a seguir ao jogo contra o Casa Pia, eu diria exatamente o mesmo agora. Fiz as críticas que devia fazer à minha equipa. Quando faço críticas à minha equipa, estou implicitamente a criticar-me a mim mesmo, porque sou eu o treinador da equipa. Há um erro gigante, OK, ouvi as explicações do dr. Duarte Gomes relativamente à atuação do VAR e tenho de as respeitar, mas é melhor acabarmos com o VAR. Se o VAR não pode interferir quando há um erro daquela dimensão, o que é que o VAR faz? E nada mais, sobre isso não tenho nada mais a dizer. À pergunta sobre o Rafa não vou responder, não vou, não vou, não vou, não quero, é um jogador de outro clube, não quero.