Reação agendada para a Luz

RESUMO DO JOGO

Um início de jogo desinspirado do Benfica encaminhou o dérbi do jogo 3 da final do play-off da Liga Placard para o Sporting, que venceu por 5-1. As águias têm de vencer o jogo 4, na próxima quarta-feira, 25 de junho, na Luz, para seguirem na discussão do título.

Na sua primeira iniciativa ofensiva, o conjunto anfitrião abriu o marcador. Aos 15 segundos de jogo, Bernardo Paçó subiu no terreno com a bola controlada, rematou forte para a defesa incompleta de André Correia – titular na baliza das águias face à baixa de Léo Gugiel, por lesão – e, na recarga, Merlim fez o 1-0.

Aos 2', o Sporting saiu em contra-ataque após uma escorregadela de André Coelho junto à área leonina, e André Correia não conseguiu segurar o disparo de Wesley, que resultou no 2-0.

A resposta do Benfica surgiu por via de remates, ao lado, de Lúcio Rocha (3') e Chishkala (7'), mas foram os anfitriões que chegaram ao 3-0 com um disparo colocado de Taynan, aos 8'.

Ainda aos 8', Tomás Paçó derrubou Higor junto à linha limite da área. A dúvida sobre o local da infração motivou o Benfica a solicitar o recurso ao suporte de vídeo e, após reverem as imagens, os árbitros consideraram que esta tinha ocorrido fora da área, tendo as águias beneficiado de um livre direto. Na marcação, Bernardo Paçó travou o remate de Arthur.

Aos 11', Kutchy arrancou pelo lado esquerdo, mas esbarrou na mancha do guarda-redes dos leões, e, aos 12', foi a vez de André Correia voar para deter um disparo de Merlim.

A melhor oportunidade do Benfica na 1.ª parte surgiu aos 16'. Na sequência de uma boa iniciativa coletiva, Lúcio Rocha surgiu isolado no lado direito e atirou a rasar o poste direito da baliza.

A 1.ª parte terminou com uma falta à entrada da área encarnada, de Lúcio Rocha sobre Rúben Freire, detetada pelos árbitros após recurso ao suporte de vídeo. Chamado à cobrança, com 50 segundos para jogar, Merlim atirou para fora.

No regresso dos balneários, André Correia obrigou Bernardo Paçó a uma boa defesa logo com um remate de longe aos 21', mas, uma vez mais, os minutos iniciais revelaram-se ingratos para o Benfica, que sofreu o 4-0, aos 22', num pontapé de canto: Zicky encostou à boca da baliza.

Aos 23', Merlim colocou a bola dentro da baliza encarnada, mas, após reverem as imagens, os árbitros detetaram um corte de Diogo Santos com o braço no início da jogada e anularam o golo. No entanto, o 5-0 acabou mesmo por chegar aos 25', vindo do pé esquerdo do jogador brasileiro do Sporting. Três minutos volvidos (26'), Tomás Paçó acertou no poste direito da baliza do Benfica.

Com 10 minutos para jogar, Cassiano Klein apostou no 5 para 4. Logo na sequência, os árbitros foram chamados a rever as imagens de uma entrada por trás de Tomás Paçó sobre Higor, mas consideraram que esta não era passível de cartão vermelho para o jogador do Sporting.

Lutando até ao fim para encurtar distâncias, o Benfica criou três ocasiões para marcar. Aos 32', André Coelho rematou para fora em boa posição; aos 36', Silvestre recuperou a bola junto à área adversária, mas não conseguiu desfeitear Bernardo Paçó; e, aos 38', o guarda-redes dos leões aplicou-se para travar um disparo de Arthur.

O golo das águias (5-1) acabou por surgir no último minuto, com Chishkala a desviar à boca da baliza um remate de Arthur. Segundos depois, Jacaré teve no pé direito a oportunidade de fazer o 5-2, mas atirou contra o peito de Bernardo Paçó.

Segue-se, agora, o jogo 4, aprazado para as 20h00 da próxima quarta-feira, 25 de junho, no Pavilhão Fidelidade. Vencendo, o Benfica força a negra na discussão da final do play-off da Liga Placard.

DECLARAÇÕES

Cassiano Klein (treinador do Benfica): "O Sporting jogou numa magnitude muito maior do que a nossa. Competiram muito, e nós não competimos. Sem tirar total mérito ao Sporting, foi talvez o nosso pior jogo desta época. Não conseguimos ter organização, não conseguimos ter espírito de equipa. Se não tivermos isso, é impossível. É um erro aqui, é um erro lá. [Sofrer o 1.º golo cedo abalou?] Nós temos uma equipa muito experiente, habituada a esses momentos. Mas é muito duro quando nós estamos num ritmo, o adversário está em outro e os golos vão surgindo. Tomam-se decisões equivocadas, fica-se ansioso na defesa, aborda-se de qualquer maneira [os lances] e começa a haver uma discrepância muito grande. Num momento do 1.º tempo, nós conseguimos equilibrar o jogo, isso foi positivo. E no começo do 2.º tempo, novamente, sofremos um golo e não conseguimos voltar com o espírito que esperávamos. Temos de recuperar, descansar, porque na quarta-feira [25 de junho] há outro jogo, há muita coisa para acontecer. É uma competição em que cada jogo tem uma história. Agradecer muito aos adeptos que vieram cá, estiveram 40 minutos a cantar. É incrível a maneira como apoiam. E é por tudo isso que na quarta-feira nós temos de dar resposta. Temos de nos preparar para escrever uma nova história. [O que mudar?] O desporto é magnífico. Uma bola pode mudar muita coisa. Fizemos jogos incríveis, com entrega, e hoje [domingo] não conseguimos repetir, e paga-se um preço caríssimo."

Diego Nunes (ala do Benfica): "A primeira coisa que eu posso dizer é pedir perdão e desculpa aos nossos adeptos. Sinto-me mesmo envergonhado pelo resultado. Acho que foi um dos piores resultados na minha carreira como atleta. Acho que não há desculpas para um jogo como esse. É uma final de Campeonato, um dérbi, talvez o jogo mais bonito de futsal de se jogar no mundo. E nós não podemos ter a atitude que tivemos a entrar no jogo. Eu acho que foi isso que marcou a diferença. Nós tivemos uma oportunidade muito grande de fazer o resultado na nossa casa [no jogo 2]. Acredito que termos perdido foi um choque muito grande para nós. E sofrer um golo com 15 segundos de jogo foi um golpe muito forte para nós, não soubemos reagir. Nós não fomos o Benfica que costumamos ser, mas ainda não está acabado. Temos o jogo em casa e vamos dar a volta a isto. [O que é preciso mudar?] Sobretudo o estado anímico e a coragem. Coragem para jogar, dar o máximo lá dentro, porque hoje [domingo] sinto que não demos o nosso máximo. E simplesmente entrar no máximo para que os nossos adeptos se sintam representados e sintam que jogámos o que jogamos sempre."