Bravura merecia outro desenlace

RESUMO DO JOGO

Numa demonstração de qualidade, solidariedade e coragem, a equipa B do Benfica, com menos um jogador a partir dos 40', somou 1 ponto frente ao Lourosa FC (1-1), no Estádio Dr. Jorge Sampaio, nesta segunda-feira, 25 de agosto, no confronto que encerrou a 3.ª jornada da Liga 2.

Logo na primeira ocasião do embate, no 6.º minuto, a equipa da casa adiantou-se no marcador. Num canto à direita, cobrado por Arsénio, Dylan ganhou ao primeiro poste e cabeceou potente para o 1-0.

Os encarnados quase ripostaram volvidos dois minutos, quando Gonçalo Moreira ficou perto de emendar um cruzamento prometedor de Francisco Neto, que acabou nas mãos de Vitor Hugo.

Já os anfitriões continuavam a levar a melhor no jogo aéreo, tendo João Silva cabeceado ligeiramente por cima da trave (14') e ao lado do alvo (21').

Aos 24', Diogo Ferreira foi chamado a intervir, face a um remate de Fabinho à entrada da área, que o guarda-redes benfiquista afastou para canto com uma defesa atenta.

Os comandados de Nélson Veríssimo também ameaçaram com um tiro exterior, à passagem dos 28': Tiago Freitas encheu o pé de fora da área e atirou rasteiro ao poste esquerdo da baliza.

Cinco minutos depois, um cruzamento de Tiago Dias percorreu a área vermelha e branca com algum perigo, sendo desviado por Rui Silva.

O duelo mantinha-se bem disputado, e, aos 39', Ivan Lima recuperou uma bola à esquerda do ataque, progrediu até à quina da pequena área e disparou para uma defesa instintiva de Vitor Hugo.

No seguimento da jogada, João Fonseca – que já havia sido admoestado, aos 20', numa dividida em que parece cortar a bola de forma limpa – recebeu o segundo cartão amarelo e consequente vermelho, por impedir um contra-ataque com uma falta.

Apesar do golo madrugador sofrido e da inferioridade numérica, foi o Benfica B quem mais atacou até ao intervalo. Aos 43', servido na área por Francisco Neto, Francisco Silva viu o seu remate prometedor ser intercetado por Silvério.

No tempo de compensação da 1.ª metade (45'+2'), os encarnados conseguiram mesmo alcançar o empate. Nas sobras de um livre, Tiago Parente, a partir da esquerda, cruzou tenso para o núcleo da área, onde Tiago Freitas correspondeu com um cabeceamento certeiro (1-1).

No arranque da etapa complementar (46'), Francisco Silva ganhou o esférico na área oponente e quase encontrou Ivan Lima com um cruzamento rasteiro, tendo caído, posteriormente, num choque com Vitor Hugo.

Na resposta, aos 47', Arsénio aproveitou uma bola solta na área das águias e disparou ao lado. Cerca de 10 minutos depois (56'), foi Fabinho a errar o alvo, atirando um pouco por cima.

A melhor das escassas ocasiões criadas pelo Lourosa FC em vantagem numérica surgiu aos 57': num confuso canto à esquerda, Diogo Ferreira aplicou-se em dose tripla, travando, com categoria, duas tentativas de Alhassan e uma de Dylan.

Numa 2.ª metade com menos chegada às balizas, a maior parte das ameaças pertenceram ao Benfica B. Aos 64', um corte de João Vasco na área anfitriã impediu que Daniel Banjaqui desse o melhor seguimento a um excelente contra-ataque.

Já na reta final, foi um inspirado Vitor Hugo que salvou a formação nortenha. No minuto 85, Ivan Lima passou por três defesas na área, e Rodrigo Rêgo rematou forte para uma bela estirada do guarda-redes brasileiro. Na recarga, da autoria de Miguel Figueiredo, este voltou a brilhar, voando para afastar a bola.

Na derradeira ocasião do encontro, aos 90'+1', Leandro Martins surgiu isolado na área, atirando para uma defesa de recurso de Vitor Hugo, que, na ressaca, voltou a levar a melhor sobre o defesa benfiquista, defendendo a sua insistência. Assim sendo, o nó no placar não foi desatado: 1-1.

O Benfica B volta a competir ainda nesta semana, mais precisamente às 18h00 de sábado, 30 de agosto, no Benfica Campus (Campo n.º 1), frente ao Portimonense, em jogo da 4.ª jornada da Liga 2.

DECLARAÇÕES

Nélson Veríssimo (treinador do Benfica B): "Revela muito a mentalidade da equipa. Um jogo difícil, já com 11 contra 11. A partir do momento em que sofremos a expulsão, aos 40 minutos, esperávamos ainda mais dificuldades. A equipa soube ajustar-se em função daquilo que era a proximidade do intervalo. Ao intervalo, montámos um posicionamento diferente a defender com uma linha de 5, com a integração de um médio e de um lateral a posicionar-se mais por dentro. Três médios, que não foram bem três médios: era um ala também a jogar por dentro e deixar o Francisco Silva na frente. Nós não fizemos o jogo que constituí a ideia desta equipa, assim como das equipas do Benfica, muito em função do facto de termos estado a jogar com menos um. Mas, ao nível daquilo que foram os dados, em termos de possibilidades, ficámos muito equiparados à equipa de Lusitânia. Julgo que nós temos as melhores oportunidades para concretizar e, eventualmente, até tivemos a capacidade de, com menos um, reagir e conseguirmos fazer o golo do empate. Depois, mais à frente, fomos criando espaços, oportunidades para tentar vencer o jogo, mas aquilo que me satisfaz verdadeiramente foi a equipa ter dado uma resposta positiva. Não nos podemos esquecer onde é que os jogadores o ano passado estavam a competir. Agora, estão a competir numa competição contra homens. E a resposta que eles deram foi de uma grande crença. Agarraram-se uns aos outros. Foram acreditando que era possível defender bem e, nos momentos certos, ir para a transição e criar algumas oportunidades de golo. Foi aquilo que nós fizemos. Portanto, não estamos satisfeitos com o resultado. Ambicionávamos sair daqui com os 3 pontos. Não conseguimos. Somámos 1 ponto. Mas, acima de tudo, estou muito satisfeito pela resposta que a equipa deu. Fomos uma equipa adulta com uma grande maturidade. Este é o nosso caminho. É aquilo que nós temos de continuar a fazer. E, com um bocadinho mais de acutilância, mais objetividade, um bocadinho mais de discernimento, acho que podíamos ter feito o segundo golo. Não fizemos. O resultado está na justiça dos golos que as duas equipas fizeram."

Tomás Cruz (Homem do Jogo e médio do Benfica B): "Foi uma luta para as duas equipas. Nós tentamos estar no nosso melhor. Foi um jogo bastante difícil para nós. Nas bolas paradas são uma equipa muito forte. Nós lutámos até ao fim, acho que isso é o mais importante."

Tiago Freitas (médio do Benfica B): "É sempre importante o golo. Acho que fez com que a equipa subisse no jogo. Mas nada era possível se não fosse a ajuda da equipa. E vamos continuar a trabalhar para, no próximo jogo, conseguir sair com os 3 pontos. Eu sinto que não houve uma grande diferença durante o jogo, mesmo com menos um. A equipa continuou forte, unida até o fim do jogo. Tivemos lances que podiam ter dado a vitória. Vamos continuar sempre juntos até ao fim do Campeonato e a lutar para as vitórias."