Benfica Fenerbahçe Bruno Lage Pós-jogo 2 Mão

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PÓS-JOGO

Alcançado o objetivo de atingir a fase de liga da Champions League, consequência do triunfo do Benfica sobre o Fenerbahçe (1-0) na 2.ª mão do play-off de acesso a este patamar, Bruno Lage atribuiu crédito total aos jogadores, cujo desempenho no Estádio da Luz, nesta quarta-feira, 27 de agosto, foi meritório, segundo considerou.

No entender do técnico, o "controlo emocional muito grande" de forma a que os atletas não fossem levados pela "euforia" dos adeptos, mas pela "estratégia", foi importante para o êxito.

"Tínhamos de ser nós a mandar no jogo, e foi isso que fizemos. É uma entrada forte da nossa parte, mas o mais importante é, quando olhamos para o jogo, sentir que fizemos 90 minutos muito bons, que vencemos e que garantimos o acesso à Liga dos Campeões", referiu o treinador, na entrevista rápida, à Sport TV.

Para o timoneiro dos encarnados, as segundas bolas atacantes e defensivas eram "importantes", embora a interpretação dos momentos do jogo por parte dos jogadores tivesse ainda mais relevo.

"Qual é o espaço que nos estão a oferecer para podermos atacar? Isso foi muito importante, e os jogadores fizeram 90 minutos com um plano de jogo muito bom, a entender muito bem os momentos do jogo. É mais um objetivo conseguido, e mérito deles, fantásticos", sublinhou, dedicando o acesso à fase de liga da Liga dos Campeões aos Benfiquistas. "Merecem viver noites europeias tal como aquelas que vivemos na época passada", enalteceu.

Sobre Aktürkoğlu deixou claro que "é um excelente jogador, um excelente profissional e um grande homem".

CRÉDITO AOS JOGADORES

"[Lado racional superior ao emocional?] Essa questão do lado emocional para o lado racional foi mais para os nossos jogadores perceberem que são eles que mandam no jogo. Perceberem que há momentos em que os adeptos, pela força da emoção, nos empurram para pressionar em sítios onde não devemos pressionar, ou subir em momentos em que não devemos subir. E os jogadores fizeram-no. Por isso, crédito todo para os jogadores – a começar pelo António Silva, que fez mais uma grande exibição na Liga dos Campeões –, porque levaram à risca o plano de jogo durante os 90 minutos, e também uma palavra para os nossos adeptos, porque eles merecem viver noites europeias, e o Benfica tem de estar na Liga dos Campeões. Por isso, mais importante, independentemente das exibições, tal como disse, era o resultado, e nós tínhamos 3 objetivos muito claros neste mês de agosto: vencer a Supertaça, garantir o acesso à Liga dos Campeões, e agora temos de vencer os 3 pontos frente ao Alverca [4.ª jornada da Liga Betclic]."

BARREIRO EM DESTAQUE NO SISTEMA NECESSÁRIO

"O vencedor da noite foi a equipa do Benfica. Nós podemos jogar com 3 médios. O significado de ter 2 avançados, jogar com 3 médios... Jogámos no sistema em que tínhamos de jogar e jogámos com os jogadores com que tínhamos de jogar. O que é mais importante na sua questão, e, até na flash antes do jogo, pedi o favor ao míster Carlos Carvalhal para ele poder, com toda a sua sabedoria, explicar a diferença do que é jogar com o Tino [Florentino] ou jogar com o Barreiro, e que, de uma vez por todas, as pessoas percebam o papel do Barreiro. O Barreiro não é trinco, o Barreiro é isto que fez hoje: aos 2'/3', está dentro da área e pode fazer um golo. Por isso, acho que foi o jogador que juntou e que ligou a equipa, e fez uma grande exibição. Estou muito feliz por ele, porque sou muito grato àquilo que ele tem oferecido à equipa ao longo do tempo em que trabalho com ele, quer a jogar a titular, quer a sair do banco."

A APRENDIZAGEM COM JOSÉ MOURINHO

"[Pré-época mais curta e gestão física da equipa para não haver quebras] Não, isso já não existe. Isso já não existe. As pré-épocas existem para... Olhe, a ciência no futebol e a metodologia do treino evoluíram tanto – e um dos principais responsáveis de terem evoluído em Portugal é o míster José Mourinho – e de tal maneira, que a pré-época já não tem nada que ver com isso. Isso era de outros tempos. O que aprendemos com ele, principalmente a partir do ano 2000, é que nós temos de preparar a equipa para iniciar o Campeonato. Depois, a partir daí, é irmos construindo a forma. E a forma não tem que ver apenas com o aspeto físico, tem que ver com tudo, com o técnico, com o tático e com o psicológico."

MOMENTO DE FORMA DE ANTÓNIO SILVA

"[Momento de António Silva e candidatura ao onze da Seleção Nacional] O António [Silva] está no momento dele, e o António sabe muito bem aquilo que eu penso dele. Eu quero sempre que ele seja António Silva, assim, com estas boas exibições, sólido e constante. É com isso que ele tem de se preocupar, com o Clube e ter exibições sólidas e constantes. Sobre o mercado, é como digo, eu tenho de preparar a equipa, e até ao final vamos estar a trabalhar em mercado, e há pessoas muito competentes que estão encarregadas disso."

FESTEJOS E TRAJETO DE 20 ANOS

"[Como Mourinho, merece uma rua com o seu nome em Setúbal?] Não mereço nada. Tenho de dar-lhe o mérito e o crédito de você reparar em tudo, até reparou que o Aktür [Aktürkoğlu] não festejou. Eu vi o banco a festejar e vi os adeptos a festejarem, isso foi mais importante, e posso dizer que ele não está muito contente, porque está no controlo antidoping ao invés de estar no balneário com a equipa. A única coisa que consegui fazer na minha carreira é poder, nos últimos 20 anos... já vos disse isto, em 2004, eu estava aqui e venci o Campeonato de Escolas Sub-11. O míster Mourinho andava a vencer Taças UEFA e Ligas dos Campeões. Em 20 anos, aquilo com que eu posso estar feliz é de chegar a um patamar em que posso jogar contra ele, porque, se há 20 anos o nosso país era conhecido pela Amália e pelo Eusébio, hoje o nosso futebol é conhecido por três grandes nomes: Eusébio, Cristiano Ronaldo e o míster Mourinho, com certeza."

JOGAR BEM E VENCER

"O Benfica tem sempre a obrigação de jogar bem e de vencer o jogo. Mas muito mais importante do que isso é vencer o jogo."

AKTÜRKOĞLU "MUITO FELIZ NO BENFICA"

"[Futuro de Aktürkoğlu] Aquilo que eu sinto é que o Aktürkoğlu está muito feliz no Benfica. Não sei se vai voltar a existir alguma proposta quer para ele, quer para algum jogador. Por isso, até ao final do mercado, como lhe disse, Presidente e responsáveis estão a tratar disso e têm todos os dossiês em mão."

COM A CABEÇA NAS ÁGUIAS

"[Decisão de manter Aktürkoğlu foi a correta?] O correto foi aquilo que foi dito ao longo dos tempos: sentir e olhar que o jogador estava muito concentrado em treinar e em ajudar a equipa. Ele começou muito bem. Está aqui um dos jogadores que podem dizer isso [António Silva], eles até brincam com ele por ser agora o nosso número 7. Eu estou sempre com essa brincadeira, mas eles é que começaram com essa brincadeira. Ele é o nosso número 7, o rapaz está feliz no Benfica. Surgiu uma proposta, e em momento algum ele esteve com a cabeça fora do Benfica. Teve um momento em que esteve lesionado, e, sempre que foi chamado, a começar a titular ou a suplente, ajudou a equipa nos seus objetivos."

RACIONAL PREVALECEU

"[A equipa abanou com os golos invalidados?] Não, não abanou porque eu estive 24 horas a dizer-lhes que nós não podíamos ir na emoção, mas, sim, naquilo que é a razão: pensamento, de consciência, da tática. E acho que os jogadores estiveram sempre presentes no jogo por causa disso."

QUALIDADE DOS PROTAGONISTAS

"[Papel de Barreiro, Aursnes e Aktürkoğlu no modelo híbrido na pressão] Já posso ir feliz para casa, a sua pergunta é fantástica. Respondes tu? [volta-se para António Silva, com sorrisos]. Mérito dos jogadores, porque, para fazer isso tudo que você disse, eu tenho de ter a capacidade de ter os jogadores de qualidade, como este que está aqui ao meu lado [António Silva], e a capacidade de eles interpretarem todos os momentos de jogo; e nós a mudar o sistema ou o adversário a mudar o sistema, nós vamos fazendo as coisas bem feitas."

TEMPO DE TRABALHO PREPONDERANTE

"[Registo defensivo positivo está relacionado com as mudanças no meio-campo?] Entendo a sua pergunta, concordo com ela, mas vou casá-la com a do seu colega anterior. É o tempo de trabalho. O tempo de trabalho é muito importante. Ter tempo de trabalho, olhámos para aquilo que tínhamos construído, tentámos ao máximo trabalhar com os novos jogadores, e, a partir daqui, ter uma base de trabalho que nos sustente em ser competentes. Mas, sem jogadores, e sem jogadores principalmente... nós falamos do meio-campo, falamos das prestações do António [Silva], mas, nesse momento, temos de funcionar como equipa, e os 3 homens da frente, hoje, na pressão, foram muito bons."