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Futebol
15 setembro 2025, 17h01
Bruno Lage
Antes de iniciar a conferência de imprensa de antevisão do desafio perante a formação do Azerbaijão, Bruno Lage partilhou, no Benfica Campus, as primeiras impressões sobre o mesmo, em declarações à BTV e à Sport TV.
Mantendo como firme o desejo de "oferecer uma grande noite europeia" aos adeptos do Benfica, reforçou que os encarnados encaram todos os jogos "com a exigência máxima", e, no Estádio da Luz, perante os Benfiquistas, o objetivo principal é claro: "Vencer!"
Sem revelar que mudanças poderá efetuar na equipa inicial, Bruno Lage frisou que o grupo pretende deixar uma imagem "semelhante" à da temporada 2024/25, enaltecendo ainda que é "um enorme orgulho jogar a Liga dos Campeões pelo Benfica".
O treinador rematou com uma certeza e uma máxima: "A exigência no Benfica é estratosférica. Temos de vencer e jogar bem em todos os jogos."
Qual vai ser a abordagem do Benfica frente ao Qarabag? Sente que a equipa está pronta para responder já neste jogo?
Sinto a equipa motivada em voltar a dar a imagem dos 4 jogos internacionais que fizemos neste ano. A equipa com uma vontade enorme de voltar a repetir os bons jogos que fizemos no ano passado na Liga dos Campeões. Esse é o grande objetivo do jogo de amanhã [terça-feira]: vencer o jogo, conquistar os 3 pontos, jogar um bom futebol e, uma vez mais, oferecer, aos nossos adeptos, uma grande noite europeia.
Como é que está a equipa depois do último jogo, que terminou com um empate, com alguma contestação? Isso de alguma forma afetou a equipa do Benfica? O que é que não pode fazer neste jogo, sob pena de ser penalizada com um resultado negativo?
Quem treina o Benfica sabe da exigência estratosférica que nós temos. Nós temos de jogar bem, não basta só ganhar títulos, nós temos de jogar bem. Por isso, depois de um mau resultado, jogadores e equipa não podem ter tempo para olhar para trás, temos é de olhar para a frente. Temos um longo caminho a fazer enquanto evolução do nosso jogo. Nós olhávamos para aquilo de que falávamos do ano passado – e posso entrar por esse caminho na perspetiva do treinador... E falando apenas em termos ofensivos, porque, em termos defensivos, rapidamente voltámos aos índices do ano passado. Somos uma equipa muito forte, talvez uma das melhores da Europa, a pressionar a saída de bola na construção do guarda-redes. Na transição defensiva, e nós falámos muito sobre isso, somos muito mais agressivos desportivamente do que éramos. Ofensivamente – isto é a minha opinião –, estamos a trabalhar muito e a tentar resolver uma questão que tínhamos no ano passado, e de que falámos aqui várias vezes: na construção do jogo a partir do guarda-redes, na construção a partir dos centrais, a nossa ligação pelos médios, o controlar o jogo mais com bola, e temos um espaço enorme para evoluir, fundamentalmente no terço ofensivo. Temos de criar mais dinâmicas, temos de criar mais movimentos, temos de colocar os nossos melhores jogadores em posições de finalização, temos de criar mais situações de finalização e temos de marcar mais golos. Temos consciência disso e temos esse longo caminho para fazer. À medida que vamos tendo oportunidade para treinar e trabalhar, vamos falando com os jogadores, vamos trabalhando nesse sentido, e, amanhã [terça-feira], acredito que a equipa pode voltar, como já fez neste ano, a fazer um bom jogo, um bom resultado, conquistar os 3 pontos e oferecer, uma vez mais, aos nossos adeptos uma grande noite europeia.
"Quem treina o Benfica sabe da exigência estratosférica que nós temos. Nós temos de jogar bem, não basta só ganhar títulos, nós temos de jogar bem"
Bruno Lage
Focando a pergunta nos aspetos da agressividade e da intensidade, já estão perto daquilo que pretende, ou ainda longe? Neste último jogo pareceu haver alguma falta de ideias para colocar os jogadores em situações de finalização. Do pouco tempo que viu do trabalho com Sudakov, este jogador pode trazer esse tipo de novidade?
Eu noto isso – até mesmo pela forma como olhamos para o nosso registo de cartões amarelos, nós vemos isso. Aquilo que eu peço, e faço questão de reforçar aos meus jogadores, é que temos de ter uma agressividade desportiva muito maior. Esse foi um ponto fundamental, iniciámos a época nesse sentido, e estamos nesse caminho. É continuar a evoluir. O terço ofensivo é algo em que nós temos de evoluir. Por isso, quando eu olho para aquilo que é o jogo, acho que estamos pragmáticos naquilo que foi a nossa construção, a nossa evolução na construção, o nosso controlo do jogo, e temos claramente de fazer uma evolução grande no que são as nossas dinâmicas. Vários movimentos, movimentos e contramovimentos, movimentos ao terceiro homem para arrastar as marcações. Fundamentalmente, quando se joga contra uma linha de cinco, em que os espaços são curtos, perceber quais são os espaços entre os defesas, os espaços à frente dos defesas, os espaços nas costas dos defesas. Ter um leque de dinâmica e de movimentos, e é nesse sentido que vamos trabalhar. Há pouco, um colega seu, da Sport TV, tinha-me feito a questão de olhar para o que foi o nosso início da época. Foram 9 jogos, 13 golos [marcados], é a amostra desta época. Eu prefiro olhar para aquilo que é o meu registo enquanto treinador do Benfica, 140 ou 141 jogos e 330 e poucos golos marcados. Por isso, acredito que o bom futebol e os golos venham a surgir, porque eu conheço muito bem esta casa. Se você se lembra, no meu primeiro dia, eu disse, no meu regresso, que sei muito bem qual é o futebol de que os adeptos gostam. Porque as minhas equipas jogavam bem nas Escolas, jogavam bem nos Iniciados, jogavam bem nos Juvenis, jogavam bem nos Juniores... Como você se recorda, jogava muito bem na equipa B. Na minha primeira passagem pelo Benfica, jogávamos bem, marcávamos muitos golos, vencemos títulos. No ano passado tivemos momentos em que esse bom futebol apareceu, por isso, é uma questão de tempo, de trabalho, e vai voltar a aparecer, seguramente.
"Temos de criar mais dinâmicas, criar mais movimentos, colocar os nossos melhores jogadores em posições de finalização, criar mais situações de finalização e marcar mais golos"
A propósito do que acabou de dizer: sentando-se do outro lado, na bancada, se não fosse o treinador do Benfica, estaria satisfeito com as exibições da equipa?
Eu disse no último jogo que não ficámos satisfeitos com aquilo que fizemos. Sou o primeiro a identificar aquilo que não tínhamos na época passada e que estamos a construir, e aquilo que temos de fazer. É importante também – o Pavlidis tocou nesse assunto, eu não vou falar do tempo – olhar para aquilo que trouxemos da época passada, algumas questões, fundamentalmente, na transição defensiva, que eu sentia que a equipa tinha de ser mais agressiva, e acho que estamos no bom caminho. Na construção, principalmente pelos nossos centrais, e controlar o jogo com bola, acho que estamos no bom caminho. Falta-nos, efetivamente, trabalhar muito mais aquilo que é o terço ofensivo. Mas houve um grande objetivo no início da época, que se dividiu em outros objetivos: atacar isto e fazer logo, em 20 e poucos dias, uma Supertaça. Fomos muito pragmáticos relativamente a isso, quanto aos resultados imediatos, como falei. Supertaça, garantir o acesso à Liga dos Campeões – e é por isso que estamos aqui – e conquistar o maior número de pontos até ao final do 1.º ciclo. Fizemos isso, umas vezes a jogar bem, outras vezes a jogar menos bem. Estamos a iniciar um novo ciclo, e, depois daquilo que eu vos disse, perceber que não ficámos satisfeitos com o que aconteceu no último jogo, perceber onde é que temos de fazer a equipa crescer e continuar a trabalhar.
"Na construção, principalmente pelos nossos centrais, e controlar o jogo com bola, acho que estamos no bom caminho"
Disse na última conferência de antevisão [do jogo com o Santa Clara] que tinha a certeza de que Bernardo Silva voltaria a ser jogador do Benfica, independentemente do presidente. Eu acredito que o Bruno [Lage] seja tão Benfiquista como o Bernardo [Silva]. Por isso, pergunto-lhe se também está disponível para ser treinador com qualquer presidente, e se algumas das suas declarações não podem tê-lo levado a queimar algumas pontes com alguns potenciais presidentes. Porque nesta semana vimos, por exemplo, Luís Filipe Vieira e Noronha Lopes a comentarem algumas dessas declarações.
Então vamos lá, vamos por partes. É uma pergunta muito interessante, vai abranger vários assuntos. Nós vamos por partes. Sobre o Bernardo: eu acho que eu disse o óbvio, para ser honesto. Disse o óbvio. Disse aquilo que qualquer adepto do Benfica sabe, e diz, na interpretação do que têm sido os registos do Bernardo publicamente sobre o eventual regresso ao Benfica. Também já tive a oportunidade de falar com o jogador sobre isso, e acredito muito que um dia – e foi isso que eu disse –, independentemente do treinador ou do presidente, o Bernardo vai regressar ao Benfica. Eu acho que disse o óbvio. Tanto eu poderia dizê-lo enquanto treinador, como, seguramente – e poderá concordar comigo –, qualquer adepto acredita que isso um dia vai acontecer. Concorda comigo? Não sabe? Pronto [sorrisos]. Quiseram levar para o lado político, lamento imenso que assim o tenham feito. Sobre a questão do mercado: se você se lembra, eu comecei a minha abordagem sobre o mercado na perspetiva do treinador. Vou falar-vos na perspetiva do treinador. E aquilo que eu disse foi um facto. Disse o óbvio. A senhora [jornalista] perguntou-me – foi uma colega sua – se eu sentia mais responsabilidade pelo mercado que fizemos. E eu, obviamente, disse que sim, porque tinha sido, enquanto treinador do Benfica, o único mercado – é um facto, não disse o verão, digo agora, repito agora – em que as ideias convergiram num sentido. É um facto, é a visão daquilo que é o treinador. Quiseram levar para um lado político. Eu só me vou meter no lado político se aquela linha vermelha de que falámos aqui for ultrapassada. Por isso, se eu sentir que algum dos candidatos ataca a equipa de alguma maneira, eu tenho de dar esse passo em frente e ultrapassar essa linha. As outras questões, digo-lhe: eu sou treinador do Benfica, sou treinador de futebol, estou preocupado em fazer crescer a equipa. Até lhe vou dizer mais: nem estou preocupado em ser consensual. A minha grande preocupação é ajudar o Benfica a ganhar títulos, e é ajudar o Benfica a jogar bom futebol.
Sente que pode ser treinador com qualquer presidente?
Acho que respondi. Não tenho mais nada a afirmar sobre esse lado político, sou treinador de futebol.
Para este jogo, espera encontrar uma equipa como a do Santa Clara, com bloco baixo, defensiva? Tendo em conta a exibição da equipa do Benfica diante do Santa Clara, isso gera-lhe algumas preocupações?
É uma excelente questão, mas você não muda as características e a qualidade do seu plantel em função daquilo que vê. O Santa Clara sabe fazer este jogo muito bem. O Vasco [Matos] está a fazer um trabalho muito bom, fantástico. Veja só o registo em termos de resultados que ele tem contra os três grandes e a forma de jogar. Faz isto muito bem. Se eu pedir aos meus jogadores para terem aquele posicionamento, eles não vão fazer. Do nosso adversário [Qarabag], vi os jogos que fizeram com o Ferencváros, com o Lyon, com o Olympiacos... É uma equipa que tem um posicionamento diferente. Por isso, acredito que a estratégia e o jogo serão completamente diferentes.
"Eu sou treinador do Benfica, sou treinador de futebol, estou preocupado em fazer crescer a equipa"
Voltou a falar dessa linha vermelha, que disse, há uns tempos, não ia permitir que fosse ultrapassada. Ao ter falado da situação de Bernardo Silva poder regressar com qualquer candidato, e de este ter sido o único mercado em que consideraram as suas ideias, acha que deu abertura aos candidatos às eleições do Benfica para passarem essa linha vermelha? Ou foi o próprio Bruno Lage que ultrapassou essa linha?
Eu acho que já respondi.
Estou a perguntar-lhe se foi o próprio Bruno [Lage] que ultrapassou essa linha vermelha...
Eu fiz a perspetiva enquanto treinador. As pessoas quiseram dar a interpretação que quiseram dar. Na perspetiva do treinador, eu tive esses dois comentários. Depois, fazem a interpretação que quiseram. É tão simples quanto isso.
Então, posso perguntar-lhe também... neste clima de eleições que o Benfica está a viver atualmente, e tendo em conta que os resultados contam muito para os Benfiquistas, pergunto-lhe se, depois do empate frente ao Santa Clara, na última jornada [da Liga Betclic], Rui Costa teve alguma conversa consigo, ou se lhe pediu explicações devido à exibição da equipa.
Nós temos um trabalho a fazer: jogar bem, conquistar títulos. O mais importante é, enquanto treinador, eu saber muito bem aquilo que tenho de fazer. É eu sentir uma enorme confiança do Presidente e da direção técnica em mim, e foi isso que eu quis dizer quando falámos no mercado.
"O mais importante é, enquanto treinador, eu saber muito bem aquilo que tenho de fazer. É eu sentir uma enorme confiança do Presidente e da direção técnica em mim"
Sobre o jogo e sobre a Liga dos Campeões que está a começar agora. Olhando para a fase de liga, qual é o objetivo do Benfica para esta época na Liga dos Campeões? Se é repetir o que foi conseguido no ano passado, se é tentar superar esse registo e, nesta fase inicial, se passa pelos oito primeiros ou pelo mal menor do play-off. E, já agora, perguntar também, em relação ao jogo, já sei que não vai revelar nada do onze, mas se há aqui alguma perspetiva de uma eventual surpresa, como, por exemplo, aconteceu com o Samu [Samuel Soares] em Alverca.
O Samu já jogou mais vezes neste ano [sorrisos]. Aquilo que é importante termos consciência, e fundamentalmente os nossos adeptos, é que nós preparamos sempre o jogo da melhor maneira e escolhemos o melhor onze para cada momento e para cada jogo. O adversário está muito bem identificado, tivemos oportunidade de trabalhar com os jogadores sobre isso. Amanhã [terça-feira] ainda temos mais um dia, que vai permitir perceber como está o estado de toda a gente e poder escolher o melhor onze. Os nossos objetivos têm sempre de ser de conquista, por isso, nós sabemos a exigência dos nossos adeptos. Eu, enquanto treinador, sei o que representa ser treinador do Benfica, os jogadores – tiveram aqui um bom exemplo [Pavlidis] – sabem o que representa jogar pelo Benfica. Nós temos um objetivo muito claro, e foi aquilo que disse quando fizemos o jogo da Supertaça: independentemente da hora e do local do jogo, e dos dias que há de intervalo entre os jogos, nós temos de ir a esse local vencer o jogo, com muitos golos, e jogar bom futebol. Essa é a nossa exigência, e nós sabemos disso.
Portanto, o objetivo, assim, é ser campeão europeu, é isso?
É vencer já o próximo jogo.