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Futebol
04 novembro 2025, 16h11
José Mourinho
Antes da conferência de imprensa partilhada com Dahl, em declarações à BTV e à Sport TV, o treinador das águias deu voz ao mote sobre a importância do Inferno da Luz para o desfecho de um duelo "importante" nas contas do apuramento para a fase seguinte.
"Espero um jogo extraordinariamente difícil. Nós estamos em dificuldade na tabela, eles também. Tivemos um calendário extremamente difícil, com adversários verdadeiramente fortes. É um jogo importante para nós. Se não o ganharmos, ainda teríamos 12 pontos para lutar por eles, mas as coisas ficariam bastante mais difíceis, porque nos levariam verdadeiramente ao limiar do erro. Mas estamos bem, reagimos bem à derrota de Newcastle: ganhámos 3 jogos seguidos, a jogar bem, a marcar, a não sofrer, onde estivemos equilibrados. Jogamos na nossa casa, a primeira vez que jogo aqui para a Champions [2025/26]. Digo sempre que uma coisa é o Estádio estar cheio de gente que vai ver o jogo, outra é o Estádio estar cheio de gente que vai jogar o jogo. Se o Estádio quiser jogar, nós vamos conseguir. Vamos com tudo", vincou.
Reforçando a "fase positiva" da equipa, tanto desportivamente como na empatia com os adeptos, José Mourinho também abordou temas relacionados com o plantel, elogiando os 3 defesas centrais [Otamendi, António Silva e Tomás Araújo] "verdadeiramente top".
O treinador também revelou que Dedic, que treinou na terça-feira, 4 de novembro, sem limitações, está em "condições de ajudar" as águias no embate frente a um "adversário de qualidade e com muitas opções".
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Olhando para o Bayer Leverkusen, que foi campeão em 2023/24 com Xabi Alonso – entretanto, o técnico já mudou, já foi [Erik] Ten Hag e, agora, é outro treinador [Kasper Hjulmand], várias peças mudaram também –, e para quem não está tão por dentro, que Bayer Leverkusen é este?
Parecido, muito parecido sob o ponto de vista tático. Muito parecido nos desenhos que põe em campo sob o ponto de vista da organização ofensiva, com alguns jogadores que são diferentes, mas que foram substituídos por jogadores de perfil muito semelhante. É uma equipa que defende a 5, mas, depois, sob o ponto de vista da organização ofensiva, constrói a 3, constrói a 4, muita rotação de jogadores, tanto nos 3 como nos 4. Um atacante físico, mas rápido, e, depois, muita gente a aparecer no jogo interior entre linhas, Poku mais aberto e mais vertical. É uma equipa difícil, é uma equipa que teve um início de época complicado, depois muda de treinador, depois este treinador também demora algum tempo a encontrar, e encontraram-se. Este último resultado, com o Bayern [derrota por 3-0], é um bocadinho descontextualizado, porque: primeiro, é o Bayern, que neste momento é uma das equipas mais fortes na Europa; segundo, porque eles vinham de um jogo da Taça [da Alemanha] e repousaram alguns jogadores: por exemplo, o Grimaldo não joga com o Bayern. E, depois, olhando para a Champions e olhando para a tabela, são as duas equipas a precisar de pontos. Não somos só nós, eles também. Portanto, espera-se um jogo de dificuldade alta para nós, de dificuldade alta para eles. E, como eu já lhe disse a si quando conversámos ali [One to One] para a BTV, eu repito as minhas palavras, porque são palavras que eu utilizo há muito tempo: o Estádio pode estar cheio de gente que vai ver o jogo, ou o Estádio pode estar cheio de gente que quer jogar o jogo. Se eles quiserem jogar, acho que vamos ganhar.
Obviamente que no Benfica há sempre a cultura de vitória, mas vir a trabalhar sobre vitórias é muito melhor, e chega-se a este momento decisivo da Liga dos Campeões com mais condições de poder ganhar os pontos que ainda não se conseguiu?
Obviamente, o Benfica tem cultura de vitória. Eu não consigo dizer se é mais fácil trabalhar sobre vitória ou sobre derrota, honestamente. Porque, às vezes, as coisas variam. Às vezes, o momento de vitórias traz relaxamento, às vezes o momento negativo traz uma vontade grande de voltar a ganhar e de modificar o estado das coisas. Nós já passámos pelo momento negativo da derrota em Newcastle e a reação foi muito boa. Conseguimos ganhar 3 jogos seguidos. Eu espero que, amanhã [quarta-feira], essas 3 vitórias, os golos que marcámos, os golos que não sofremos, a maneira como dominámos e controlámos todos estes jogos – obviamente que a Champions é um contexto diferente, o nível do adversário é completamente diferente... Mas eu espero que traga uma equipa confiante, uma equipa a sentir maior empatia com o estádio e eventualmente menos pressão. E eu acho que os jogadores vão estar à altura, acho que as coisas vão correr bem.
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"São duas equipas a precisar de pontos. Não somos só nós, eles também. Espera-se um jogo de dificuldade alta para nós, de dificuldade alta para eles"
José Mourinho
Acredito que já esteja a par da tentativa de condicionamento do FC Porto – adversário direto do Benfica no Campeonato – ao árbitro Fábio Veríssimo. Como é que vê esta situação? Que comentário faz? Sobre o jogo com o Bayer Leverkusen: pode ser decisivo nas contas do Benfica para o apuramento; José Mourinho tem passado muitas horas no Seixal, tem trabalhado muito, tem até pernoitado algumas vezes no Benfica Campus. Por toda a responsabilidade que este jogo representa, tem-lhe causado algumas insónias?
Insónias... só ontem [segunda-feira], porque os miúdos fizeram um bocado de barulho, e eram para aí umas 11 e tal e ainda estavam na brincadeira, ainda estavam a ouvir música [sorrisos]. Só eles é que me causaram insónias [sorrisos]. Insónias, não. Muito trabalho, sim. Muita análise ao adversário, também. Tentar chegar a conclusões relativamente à minha equipa, porque o leque de opções vai-se alargando com a confiança que eles me dão. Por exemplo, o jogo que o Schjelderup e o Barreiro fizeram em Guimarães, o mais do que provável regresso do Dedic a uma equipa que vinha jogando, e que vinha jogando bem. O aumento das opções não me dá insónias, mas faz-me pensar muito tempo para encontrar o puzzle correto, a equipa correta. Quanto ao que mencionou relativamente à situação do árbitro Fábio Veríssimo no Estádio do Dragão, eu neste momento não faço nenhum tipo de comentário, mas não nego que vou ficar... vou esperar com interesse, eu diria mesmo com alguma expectativa. Neste momento, aquilo que li foram notícias, eu não li o relatório de Fábio Veríssimo, sei pouca coisa. Agora, comentários não faço, mas fico expectante relativamente àquilo que aconteceu e àquilo que eventualmente poderá acontecer, se houver um processo a desenrolar-se.
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"O jogo tem de ser jogado com alma de quem quer muito ganhar (...) acho que os jogadores têm a maior motivação, e acredito que as coisas vão correr bem"
Primeiro, queria perceber porque é que diz que vai esperar com interesse, porque queria entender qual é o intuito das suas palavras nesse sentido. O que é que o leva a esperar com interesse por este caso? E, depois, em Newcastle, tinha dito que ainda não achava que fosse um jogo de tudo ou nada na Champions, mas olhando agora para o calendário, para os jogos que também falta jogar, tendo em conta que o Benfica vai receber a equipa que mais vezes ganhou a Liga dos Campeões, que vai jogar com o campeão italiano, que vai jogar com a Juventus, se este já não é um jogo de tudo ou nada, tendo obviamente em conta os adversários e as contas que acredito que também faça com os outros adversários.
Repare, eu não sou comentador, eu sou treinador do Benfica, e, para além de ser treinador do Benfica, sou, ainda que alguns não o interpretem assim, uma das pessoas mais importantes do futebol português. Não posso fazer comentários gratuitos. Não posso ir comentar uma situação que eventualmente – repare que eu digo eventualmente – pode ser uma situação grave. Aquilo que eu sei foi aquilo que eu ouvi, foi aquilo que eu li, que não foi mais do que... o árbitro diz que... Eu não li relatório do árbitro, não li relatório dos delegados da Liga, é pouco para eu fazer qualquer tipo de comentário. Gente irresponsável, gente sem equilíbrio, digamos assim, pode fazer qualquer tipo de comentário sobre uma situação que pode ser grave. Mas pode não ser. E por isso é que eu digo "estou expectante", porque pode ser uma situação de grande gravidade, mas pode ser que não. E eu, como treinador do Benfica e como uma pessoa importante no futebol português, não posso fazer comentários que depois me coloquem numa situação ridícula, se for caso disso. Por isso, espero para ver, e depois, eventualmente, poderei comentar ou não. [Sobre as contas na Champions League] A situação é muito óbvia, que é: quando o jogo acabar amanhã [quarta-feira] ainda estão 12 pontos em disputa. Mesmo que nós amanhã tenhamos 0 pontos, podemos fazer 12. E com 12, qualificamo-nos. Agora, se nós olharmos para 4 jogos, 0 pontos, temos de ser muito, muito, muito otimistas para dizer "olhem, em 4 fiz 0, mas agora em 12, vou fazer 12 e vou-me qualificar". Portanto, o jogo de amanhã obviamente que é um jogo importante. Se nós ganharmos amanhã, estamos completamente no meio da luta, estamos completamente no meio das equipas que vão lutar pela qualificação. Se não ganharmos, a situação, obviamente, fica mais difícil para nós, mas acho que tem de ser um jogo jogado com a alma de quem quer muito ganhar, e, ao mesmo tempo, sem ter receio desse tipo de responsabilidade. E, como eu dizia anteriormente, se o estádio esteve connosco num jogo de Taça da Liga, que eu já percebi que neste país as pessoas dão muito pouca importância à Taça da Liga, e o estádio esteve lá connosco, eu posso imaginar que eles amanhã estarão, e que amanhã estarão para jogar também, e acho que os jogadores têm a maior motivação para o jogo de amanhã, e eu acredito que as coisas vão correr bem.
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"O jogo de amanhã [quarta-feira] obviamente que é um jogo importante. Se nós ganharmos amanhã, estamos completamente no meio da luta, estamos completamente no meio das equipas que vão lutar pela qualificação"
O melhor marcador do Bayer Leverkusen, neste momento, chama-se Álex Grimaldo, um lateral que o Benfica conhece muito bem – e acredito que Mourinho também – e que é particularmente forte nos lances de bola parada de livre direto. Este é um dado que mereceu uma atenção especial da sua parte? Alertou os jogadores do Benfica para evitarem cometer faltas à entrada da área?
Obviamente que o Grimaldo é exímio nessa situação muito específica, mas praticamente em todos os jogos há esse alerta de não cometer faltas gratuitas, mas há faltas que têm de ser inevitavelmente cometidas. Eles são fortes também em lances de bola parada, em cruzamentos laterais, em pontapés de canto, têm 4 jogadores acima de 1,90 metros. Nós não somos propriamente uma equipa de gigantes, mas não posso dizer aos jogadores "não faças canto, porque eles são perigosos nos cantos", temos de jogar com equilíbrio. Depois, o Grimaldo é um jogador que não é só importante por isso, é um jogador que, na dinâmica ofensiva deles, é muito importante. Umas vezes joga aberto, outras vezes vem dentro e joga como médio para tentar mais jogo interior e para tentar ter superioridade no centro do campo. É efetivamente um jogador excelente a que nós temos de ter, obviamente, a maior atenção.
Tenho duas questões sobre a equipa. É indiscutível a influência ou a influência maior de Leandro Barreiro nos últimos jogos, é um sinal de perigo para Sudakov? É um aviso para Sudakov? Essa é uma questão, a segunda: como é que tem visto a reação de António Silva nos últimos tempos, depois de perder a titularidade para Tomás Araújo no eixo da defesa?
O António [Silva] não perdeu a titularidade, de modo algum. Eu, com 3 centrais daquela qualidade, não quero cometer nunca a parvoíce de fazer com que um se sinta o terceiro, ou que algum sinta que perdeu algum tipo de corrida. Você veja, por exemplo, que no próximo domingo o Otamendi não joga, e em situação normal jogará o António e jogará o Tomás [Araújo]. Na semana passada aconteceu a mesma coisa, não jogou o Otamendi, jogaram os outros dois. Em Guimarães jogou o Tomás e o Otamendi. No outro dia, em casa, ficou o Tomás de fora, e jogou o António. Tenho 3 centrais de uma qualidade extrema, há outras posições onde eu posso ter mais dificuldade em girar jogadores, ali é uma garantia fantástica. Eles trabalham todos muito bem, são personalidades diferentes. No treino, o António é mais exuberante do que o Tomás, mas são jogadores fantásticos, são jogadores de uma grande qualidade, e os dois ainda jovens. Acho que para eles é um privilégio terem o Nico [Otamendi] ao lado, e poderem também aprender dele, e por aí não é problema, não é problema nenhum. O Barreiro tem jogado bem, fez um bom jogo quando começou, depois em Guimarães, obviamente, entrou e esteve bem, mas eu não considero Barreiro ou Sudakov, um ou outro, porque podem perfeitamente jogar os dois, e até pode acontecer que não jogue nenhum dos dois, mas são jogadores diferentes. Às vezes há jogadores que ocupam posições parecidas em campo, mas depois, ao nível das funções, são jogadores com perfis diferentes. A minha alegria neste momento é que, quando eu cheguei, foquei-me num grupo mais reduzido de jogadores, e o leque tem vindo progressivamente a ficar maior. Eu começo a olhar para alguns jogadores de maneira diferente, com olhos mais positivos, e isso ajuda-me, como eu dizia ao seu colega anteriormente, OK, algum tipo de dúvida pode surgir relativamente a quem faço jogar, qual é a melhor opção, mas são problemas bons, e fico realmente contente porque o meu plantel tem vindo a aumentar, tem vindo a aumentar em opções.
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"Fico realmente contente porque o meu plantel tem vindo a aumentar, tem vindo a aumentar em opções"
Quando chegou, perguntou: Quem é o treinador que diz não ao Benfica? Estamos numa fase eleitoral, é sabido que as pessoas podem mudar, não só o Presidente, o diretor-geral tem sido um tópico muito discutido, e o José Mourinho não confirmou se está disposto a trabalhar com toda a gente, remeteu-se ao silêncio na última conferência de imprensa. Eu queria perguntar-lhe o que é que o impede de dizer que está disposto a continuar como treinador do Benfica, seja com quem for. Sente que essa frase pode ter influência eleitoral?
Eventualmente, sim. Ou não. Mas é uma pergunta à qual eu responderei na conferência de imprensa posterior às eleições, de domingo, e prometo-vos que responderei completamente independente do contexto. Independentemente de o Presidente ser o Presidente Rui Costa ou ser o dr. Noronha Lopes, eu responderei com a maior honestidade. Não é que, em função de quem ganha, eu vou responder de uma maneira ou de outra, eu garanto-vos que vou responder de um modo muito honesto.
Queria confirmar, porque falou no provável regresso de Dedic, se já está pronto para ser titular, ou se tem minutos contados.
Neste momento os jogadores não sabem quem joga, que é uma coisa que normalmente eu não faço, eles não sabem. Amanhã [quarta-feira] temos treino de manhã. A vantagem de jogar em casa, a mim, ajuda muito o facto de poder treinar no dia antes do jogo, e só amanhã é que os jogadores vão saber, e, mesmo relativamente ao Dedic, amanhã eu também posso ter um bocadinho mais de dados. Aquilo que eu posso dizer do Dedic é que ele se entregou muito bem à recuperação, o departamento médico fez um trabalho extraordinário com ele, e ultimamente os sport science, exatamente a mesma coisa. Ele hoje apareceu em treino pela primeira vez connosco e pareceu-me completamente sem qualquer tipo de limitação, mas daqui a um par de horas eles já me poderão dar mais alguns dados relativamente àquilo que foi a data do treino, mas a minha sensação é que ele está para jogar.