Conteúdo Exclusivo para Contas SL Benfica
Para continuares a ler este conteúdo, inicia sessão ou cria uma Conta SL Benfica.
Para continuares a ler este conteúdo, inicia sessão ou cria uma Conta SL Benfica.
Futebol
24 novembro 2025, 22h15
José Mourinho
Já depois da conferência de imprensa, realizada no Johan Cruijff Arena, o treinador do Benfica marcou presença na zona de entrevistas rápidas e, em declarações à BTV e à Sport TV, referiu que a análise do próximo adversário ficou explícita na antevisão de Fred Grim, treinador interino do conjunto neerlandês.
"Quando li as declarações do treinador [do Ajax] na conferência de imprensa, fiquei a perceber que ele é um bom treinador. Porque aquilo que identificámos como lacunas ou deficiências que o Ajax demonstrou nos últimos jogos, foram exatamente os pontos que ele toca na conferência de imprensa, ao dizer que temos de melhorar nisto e nisto. Portanto, eles vão melhorar. Vão pressionar melhor, vão ser mais verticais. Em vez de jogarem tanto para trás e para o lado e demorarem tanto tempo na fase de construção, vão procurar a velocidade dos alas, que são rápidos, criativos e bons jogadores. Ele também falou em pouca ocupação da área. O que é que isto significa? Não sei se isto significa que ele vai jogar como jogou na última meia hora [frente ao Excelsior], com Dolberg e Weghorst juntos, ou se ele simplesmente fala de Weghorst, com mais gente a aparecer e a ocupar a área. Tudo aquilo que identificámos como lacunas, ele também as identificou e seguramente vão ser melhores. Tem bons jogadores e, na noite certa, no jogo certo, onde as peças encaixam e as coisas saem bem, são perigosos. É um jogo fundamental. São 9 pontos que há para jogar nos últimos 3 jogos, e penso que 9 pontos dará para qualificar. Mas, olhando para o nosso calendário e pensando em Nápoles, Juventus e Real Madrid, acho que era muito importante para nós, nem quero dizer pontuar, quero dizer ganhar", afiançou José Mourinho.
![]()
Classificando com um "muito bom" o treino desta segunda-feira, 24 de novembro, no Benfica Campus, realizado antes da viagem para Amesterdão, o técnico salientou que o duelo frente ao Ajax tem de ser jogado com frieza.
"Temos de encarar o jogo de amanhã [terça-feira] para ganhar, e acho que eles vão fazer o mesmo. Mas isto não significa que o jogo tenha de ser caótico, anárquico e louco. É importante jogar com tranquilidade, com cérebro e obedecer ao plano de jogo, e ter a personalidade para jogar com essa pressão adicional que faz a diferença entre um jogo que queremos ganhar ou um jogo que temos de ganhar", frisou.
A rematar, José Mourinho falou da importância de Pavlidis na manobra dos encarnados: "Ele é importante pelas suas próprias características. É um jogador que sabe baixar entre as linhas e que sabe conectar. Não somos uma equipa de transições muito diretas, precisamos de ter um jogo mais associativo, e ele é importante para nós. Na conferência de imprensa, perguntaram-lhe se jogar bem é só marcar golos. Obviamente que é importante, mas o Pavlidis é o tipo de jogador que, mesmo não fazendo golos, é importante para a equipa."
![]()
"Considero que é fundamental para nós ganharmos o jogo"
José Mourinho
O que espera deste encontro frente a um adversário que, pode-se dizer, está mais ou menos nas mesmas circunstâncias que o Benfica nesta Liga dos Campeões? Considera que este jogo é uma autêntica final, quer para o Benfica, quer para o Ajax?
Acho que sim. Acho que as duas equipas estão exatamente na mesma situação. Não me preocupei em perceber o calendário que o Ajax terá depois deste jogo, porque depois já não tenho grande interesse nisso. Mas este jogo é fundamental para as duas equipas. Obviamente que, se calhar, 9 pontos, eventualmente, poderiam ser suficientes. Portanto, uma equipa que perca amanhã [terça-feira] o jogo ainda eventualmente terá, matematicamente, a esperança de se poder qualificar com 3 vitórias nos últimos 3 jogos. Mas olhando para a nossa situação de um modo muito objetivo, os próximos 3 jogos não são propriamente jogos muito fáceis. Eu considero que amanhã é fundamental para nós ganharmos o jogo.
Em relação àquela mensagem que teve no último jogo: era para espicaçar os jogadores? Surtiu algum efeito? Em relação à sua história, por exemplo, frente ao Ajax: o míster ganhou todos os jogos que fez contra a equipa, 7 em 7. Essa dimensão internacional que o míster sempre teve, como é que a traz agora para uma realidade um bocadinho diferente dessa altura, em que ganha uma Liga Europa ao Ajax, em que estava a jogar meias-finais de Champions e finais? Como é que traz essa experiência, a realidade dessa altura para agora, num momento um bocadinho oposto e diferente, e numa realidade completamente diferente também?
A minha história, estatísticas, sejam elas positivas ou negativas, eu considero sempre que não tem influência absolutamente nenhuma. Eu nem sabia que tinham sido 7. Lembrava-me de que joguei a Europa League com o Manchester [United], lembrava-me de que joguei aqui com o Real Madrid, não tinha a mínima noção de que tinham sido 7 os jogos que eu tinha feito contra o Ajax. Não joga nada, amanhã [terça-feira], uma coisa não tem nada que ver com outra. Fixo-me no potencial do Ajax, que, honestamente, olhando para os jogadores individualmente, tal como nós, não são equipa para 0 pontos depois de 4 jogos. Tento analisar a equipa que eles são, tento analisar aquilo que de bom não têm feito nos últimos jogos, mas aquilo que de bom podem fazer em qualquer momento, porque jogadores bons, em qualquer momento, podem fazer, e é nisso que eu me fixo relativamente à minha mensagem depois do jogo com o Atlético. Tenho aqui um jogador à minha esquerda que pode perfeitamente confirmar que tudo aquilo que eu disse na imprensa, disse aos jogadores. Não vejo nenhum filme nisso, mas compreendo que vocês têm de debater, debater e debater, senão como é que vocês conseguem ter comentadores 23 horas e meia por dia em todos os canais televisivos? Têm de debater as coisas, mas a realidade é que, para mim e para os jogadores, a coisa acabou ali. Foi uma mensagem que eu quis passar e que já está. Se você me perguntar se os últimos treinos foram bons, eu digo que sim. O de hoje [segunda-feira] foi muito bom, o de ontem [domingo] também, mas tem sido assim desde que eu cheguei. Honestamente, eu, relativamente aos jogadores e relativamente à maneira como eles treinam, não tenho absolutamente nada a dizer de negativo. Todo o contrário. Portanto, aquilo que eu espero é que amanhã a equipa dê o seu máximo, que os jogadores estejam no máximo da sua concentração e da sua motivação. Acho que é uma questão de ganhar para poder ter esperança de nos qualificarmos, e mais importante do que essa motivação não conheço nenhuma outra.
![]()
"Honestamente, eu, relativamente aos jogadores e relativamente à maneira como eles treinam, não tenho absolutamente nada a dizer de negativo. Todo o contrário"
Ainda em relação a essa mensagem que teve depois do jogo com o Atlético, da Taça de Portugal, disse para alguns jogadores não lhe irem bater à porta a perguntar por que não jogam. Perguntava-lhe diretamente se um desses jogadores é Ivanovic. Tem alguma razão para ele ainda não ter pegado de estaca na equipa?
Quando vocês martelam sempre na mesma coisa, obviamente que não me agrada, mas é uma coisa que eu entendo; quando vocês mentem, é uma coisa que me chateia profundamente. Se há jogador que trabalha muito, se há jogador que dá tudo, seja nos treinos, seja nos jogos, inclusive contra o Atlético – e posso perfeitamente dizer que a sua substituição não teve nada que ver com uma questão de atitude –, é o Ivanovic. É um rapaz extraordinário, que trabalha tanto, ao qual as coisas não estão a sair obviamente bem, mas que é um rapaz extraordinário e intocável sob o ponto de vista do profissionalismo. Uma coisa é comentar, outra coisa é inventar, e, quando se inventa relativamente a jogadores que são por mim queridos, custa-me. Custa-me e não gosto.
Já falámos muito das suas declarações no final do último jogo, mas queria pegar nisso novamente. Recentemente criticou os jogadores pelos jogos menos conseguidos. Não tem receio de que isso possa virar o balneário contra si? E, pelas mesmas razões, pergunto-lhe se sente que os jogadores do Benfica estão à altura do treinador.
O teu pai foi sempre simpático para ti durante o teu crescimento enquanto jovem até te transformares num adulto responsável? O teu pai foi sempre simpático para ti?
Há fases.
Há fases. Exatamente. Há fases. É exatamente isso.
![]()
"Espero que os jogadores estejam no máximo da sua concentração e da sua motivação. Acho que é uma questão de ganhar para poder ter esperança de nos qualificarmos, e mais importante do que essa motivação não conheço nenhuma outra"
Queria falar de Manu Silva, jogador que regressa à convocatória 10 meses depois de uma lesão grave que teve. Como é que olha para o regresso deste jogador, qual é o espaço que ele pode ter neste Benfica?
O Manu não tem 90 minutos. Obviamente que não começa o jogo. E mesmo os minutos que possa ter e que nos possa ajudar... tem alguns condicionamentos. Se ele está convocado, não vem para fazer turismo, não vem para estar sentado no banco só para fazer número e bater palmas. Vem porque pode jogar. Portanto, se nós tivermos necessidade de que o Manu jogue, o Manu jogará. Agora, neste momento, ainda apresenta algumas limitações. Não só relativamente à minutagem, mas também relativamente à intensidade do jogo, às mudanças de ritmo, à acumulação de momentos de intensidade alta. Aí ainda tem alguns problemas, mas pode jogar. A recuperação da lesão é total, está a trabalhar bem. É um jogador do qual nós precisamos, obviamente, para termos mais equilíbrio no plantel. E, pronto, é bem-vindo e, como eu dizia anteriormente, se está cá, é porque nos pode ajudar.
No último jogo [Atlético-Benfica], deixou muitos elogios a Rodrigo Rêgo, ele que jogou a ala-esquerdo contra o Atlético. Queria perguntar-lhe: como é que pensa equacioná-lo numa linha de 4? Depois da experiência no Restelo, equaciona continuar com o sistema de 3 centrais, ou pensa voltar à linha de 4 defesas?
O Rodrigo [Rêgo] não pode jogar como lateral numa linha a 4. Nunca o fez, não são as suas características. Quando os jogadores vêm de baixo para cima, para a primeira equipa, tem de haver um transfer nos comportamentos que eles adquiriram. Nunca foi lateral e neste momento, obviamente, não está em condições de o ser. No futuro, eventualmente, sim, porque os jogadores, quando trabalham bem, taticamente vão crescendo. Neste momento é um ala, tanto pela direita como pela esquerda, num sistema de 4 defesas, num sistema de 3 defesas, é um ala-esquerdo, que é isso que ele tem feito ultimamente com o [Nélson] Veríssimo na Equipa B, e bem. Jogou bem, sob o ponto de vista físico, também tem essa capacidade de poder jogar a alto nível e pode jogar amanhã [terça-feira]. O sistema de amanhã não o quero obviamente dizer. O meu colega [Fred] Grim seguramente que gostaria de ter a certeza daquilo que nós vamos fazer, e estou convencido de que o António Silva está congelado, porque está um frio dos diabos lá fora.
![]()
"Se não dás oportunidades aos jogadores mais jovens, nunca sabes o que eles podem fazer ou não fazer. E eu acho que era uma oportunidade boa para meter o Rodrigo [Rêgo] e para tentar perceber se ele tinha condições para continuar connosco"
Gostava de continuar no último jogo para falar, precisamente, também de Rodrigo Rêgo, mas para falar de Obrador. No último jogo, apostou em Dedic, um defesa-direito, no lado direito, e em Rodrigo Rêgo, um jogador habituado a pisar terrenos mais ofensivos, no lado esquerdo. Obrador está na comitiva, jogou recentemente por Espanha [seleção Sub-21], mas, desde o início da temporada, só fez 2 jogos pelo Benfica. Em que ponto de evolução é que ele está? O que tem faltado, ou o que é que falta para ser uma opção mais regular nas suas escolhas?
Jogou pela Espanha um jogo, salvo erro, contra o Liechtenstein, e não jogou no jogo seguinte, que era o jogo mais importante e mais difícil. O [Rodrigo] Rêgo ficou comigo, e estivemos 2 semanas a trabalhar. O Obrador foi embora depois do jogo com o Casa Pia e só voltou 2 dias antes do jogo [com o Atlético, para a Taça de Portugal]. Obviamente que é uma vantagem para quem fica, que é uma vantagem para quem está a trabalhar cada dia, principalmente para esta rapaziada jovem. Eu preciso de os ver, preciso de os ter, preciso de perceber aquilo que me podem dar e não dar. O Rafa [Obrador] é lateral a 4 [defesas], tem de crescer sob o ponto de vista defensivo, porque ainda tem algumas lacunas. Como nós começámos o jogo com o Atlético com 3 defesas e com alas ofensivos, o Rêgo está muito mais rotinado nisso. Vinha de 4 ou 5 jogos seguidos com o [Nélson] Veríssimo, na Equipa B, a fazer essa função, e também lhe quis dar oportunidade, porque, se tu não dás oportunidades aos jogadores mais jovens, nunca sabes o que eles podem fazer ou não fazer. É sempre uma dúvida a maneira como eles reagem perante novos cenários, seja ao nível da qualidade, seja ao nível da intensidade do jogo. Mas tu tens de os meter, se não os metes, não sabes. E eu achei que era uma oportunidade boa para meter o Rodrigo e para tentar perceber se ele tinha condições para continuar connosco.
Você ganha na maior parte das vezes contra as equipas neerlandesas...
Isso não é verdade, eu sabia que você viria com essa [sorrisos]... Isso não é verdade. Nas últimas 3 vezes que joguei nos Países Baixos, perdi contra o Feyenoord, perdi contra o AZ [Alkmaar], o AZ dele [de Pavlidis], e empatei contra o Twente.
Viu como o Ajax joga atualmente?
Sim, claro.
Então, possivelmente você vai ganhar...
Sim ou não. Sim ou não. Eles têm bons jogadores, têm um treinador que os conhece bem, que está com eles desde há algum tempo, não é um treinador que acabou de chegar. Estive a ler as suas palavras na conferência de imprensa, e ele claramente identificou aspetos e princípios onde quer que a equipa melhore. Eles têm bons jogadores, e não estou fixado na forma como estão a jogar. Porque, se eles olharem para nós, em relação aos nossos resultados na Liga dos Campeões, também podem sentir o mesmo. Eu adoraria que eles pensassem que este será um jogo fácil para eles, mas não acho que pensem dessa forma. Eu acho que eles são realistas, acho que eles sabem que vai ser um jogo difícil.
![]()
"Temos de ser equilibrados. Nós sabemos que temos de ganhar, sabemos que, para alcançar os 9 pontos, nós temos de ganhar"
Bem-vindo novamente aos Países Baixos. Qual é que pensa que será o maior desafio neste jogo com o Ajax?
O maior desafio é a responsabilidade de ganhar. Uma coisa é tu quereres ganhar, outra coisa é tu teres de ganhar. É uma coisa diferente. Para mim, pessoalmente, é a mesma coisa, porque eu digo sempre para mim que tenho de ganhar. Pergunte-lhe [a Pavlidis] se ele sente o mesmo. Mas eu acho que esse é o desafio. Temos de ser equilibrados. Nós sabemos que temos de ganhar, sabemos que, para alcançar os 9 pontos – talvez 10, eu acho que são necessários 9 para garantir a qualificação –, nós precisamos de ganhar amanhã [terça-feira], nós temos de ganhar amanhã. Mas temos de jogar com o cérebro, não apenas com o coração ou com as emoções. Esse é o maior desafio para nós.
Não liga muito a estatísticas, como acabou de explicar, mas tem um histórico perfeito contra o Ajax. Ganhou os 7 jogos que realizou contra eles. Há alguma explicação para ter vencido sempre o Ajax?
Não faço ideia. A única coisa que sei é que, como penso que sabem, nasci em 1963. Por isso podem imaginar, para um miúdo como eu era, já não sou, o que o Ajax significa para mim. O respeito que tenho pelo Ajax, pela história, pelas equipas que teve, pelos títulos que ganhou, pelos jogadores fenomenais que tem geração após geração. Adoro jogar contra eles, porque recordo um período do passado em que o Ajax foi um gigante europeu que tanta gente apaixonou. Ganhei ao Ajax com o Real Madrid, em que nos éramos muito melhores; com o Manchester United, na final da Liga Europa. Adorei essa vitória, porque eles falaram demasiado, depois e antes do jogo, eu fiquei muito feliz com essa vitória. Tirando esse jogo, não me lembro bem com quem joguei diante do Ajax. Por quantas vezes foi com o Real Madrid? Seis vezes? Aí está a resposta. O Real Madrid com que jogadores? Benzema, Higuaín, Di María, Özil, Cristiano [Ronaldo]... Era esse o Real Madrid e foi por essa razão que vencemos.