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Basquetebol
Atleta importante na conquista do tetracampeonato nacional, o base José Barbosa agradeceu o constante apoio da Família Benfiquista e, em entrevista, aborda os motivos pessoais que o levam a fechar um ciclo no Clube.
03 julho 2025, 18h00
José Barbosa
"Estou a tirar uma pós-graduação, entre outras coisas, e tenho vindo a preparar o futuro. Não sei se estou preparado para deixar de jogar por completo, porque a saída do Benfica é por motivos pessoais e não profissionais. A minha vontade desportiva, e a do Clube também, seria eu continuar, mas, por motivos pessoais, isso não vai ser possível", explicou o base de 34 anos, no momento de fechar o ciclo de águia ao peito.
Nas quatro épocas em que representou o Sport Lisboa e Benfica, o internacional português foi peça fundamental na conquista dos 4 Campeonatos Nacionais consecutivos, tendo ainda celebrado as vitórias de 1 Supertaça, 1 Taça de Portugal e 1 Taça Hugo dos Santos. Um pecúlio que o deixa "muito feliz" e que não seria possível sem o apoio dos Benfiquistas, a quem deixou uma mensagem especial.
Por tudo aquilo que viveu, despede-se expressando gratidão pelo Clube e pela família que formou dentro do balneário, com a certeza de que o Benfica faz parte de si.
"O que me lembro desses primeiros dias é isso, um orgulho enorme, um sonho tornado realidade, mas, acima de tudo, também uma responsabilidade"
José Barbosa
A CHEGADA AO BENFICA
"Grandeza, acima de tudo. Para alguém que vem de Oliveira de Azeméis, onde a mentalidade é competitiva e vencedora, mas, como é óbvio, a dimensão é mais pequena... Chegar ao Benfica, e tudo o que se vê à volta, desde o estacionar do carro até ao caminhar até ao estádio, a apresentação, conhecer pessoas, encontrar pessoas de renome, tudo isso, é uma grandeza. O que me lembro desses primeiros dias é isso, um orgulho enorme, um sonho tornado realidade, mas, acima de tudo, também uma responsabilidade, que eu sabia que, a partir daquele dia, teria de assumir, e penso que o fiz."
AMBIÇÕES NA BAGAGEM
"Ganhar, acima de tudo. Já tive a oportunidade de o dizer: eu, de facto, estava num sítio cómodo, numa situação cómoda, estava em casa, foi onde nasci, onde cresci, onde comecei a jogar, onde conquistei os primeiros títulos, e, portanto, para vir para o Benfica foi literalmente para ganhar. Claro que, depois, posso incluir nisso crescer como pessoa, crescer como jogador, atingir determinados desafios, mas penso que o principal objetivo para mim seria continuar a ganhar, numa exigência maior, em outros patamares, também enfrentar equipas de nível europeu… Se calhar, se tivesse ficado na Oliveirense, isso não iria acontecer, portanto, tudo isso leva à palavra ganhar."
SIGNIFICADO DE SAIR COMO TETRACAMPEÃO
"Tudo, literalmente tudo. A minha resposta anterior foi na base do ganhar, portanto, dizer que saio em quatro épocas com 4 Campeonatos. Tenho a certeza de que melhor era impossível, no aspeto do Campeonato, mas claro que fica sempre aquela ambição de querer ganhar ainda mais. Mesmo quando ganhamos 4 Campeonatos seguidos, pensamos nas Taças que poderíamos ter ganho também. Faz parte de quem é tão competitivo como são os jogadores de alta competição, mas prefiro pensar muito mais no que conquistei do que no que perdi, e vou muito feliz daqui."
BALANÇO DA ÚLTIMA TEMPORADA
"Já todos os jogadores tiveram a oportunidade de explicar que, de facto, foi uma época única, singular, no sentido em que as lesões foram inúmeras. Nunca conseguimos uma semana de treinos normal para a equipa evoluir, para criar dinâmicas, para definir, porque essas coisas também contam no final do Campeonato, quem é que assume os momentos de decisão, quem é o líder balneário. Todas essas pequenas coisas, a meu ver, contam no final para decidir quem é o campeão. E, nesse sentido, acho que a época foi muito atípica, e penso que não é qualquer equipa que consegue atingir o que nós atingimos nos play-offs. Daí ainda dar mais mérito à conquista, não só por essas adversidades, pois claro, mas, termos sido campeões no Dragão, que é sempre um jogo difícil, pela forma como foi, dá outro sabor."
O GRUPO DE TRABALHO
"Uma família, uma família que torna esta despedida muito mais difícil, que me custa muito... Eu não vou deixá-la, como é óbvio, porque vamos manter sempre contacto, mas sou uma pessoa muito do dia a dia, e é uma família, custa deixar de passar esse dia a dia com eles. Se calhar, quem me conhece de fora não sabe como sou, mas sou uma pessoa muito do dia a dia, muito brincalhão. Apesar de parecer muito introvertido, ali no balneário acabo por me soltar sempre um bocadinho mais, e penso que isso também é bom para cultivar e para construir uma equipa campeã. Penso que nisso tive um papel preponderante."
LIGA DOS CAMPEÕES: QUÃO IMPORTANTE É?
"Muito, muito. É, se calhar, um dos critérios para muitos jogadores virem para cá. Finalmente, o Benfica qualificou-se diretamente, e não tem de jogar aquela pré-qualificação ou a qualificação para integrar a Liga dos Campeões. E isso pode ser um ponto aliciante para trazer jogadores ainda mais competitivos, de ainda mais renome, e que realmente queiram competir contra os melhores, porque vamos fazer parte dos melhores. Para nós, jogadores, é extremamente positivo e gratificante, porque nos últimos 4 anos tive a oportunidade de enfrentar jogadores que nunca na vida teria defrontado se tivesse ficado na Oliveirense, ou se tivesse ido para outro clube. É gratificante, acima de tudo."
JOGO MAIS MARCANTE
"Foram muitos. Por várias razões, ou por diferentes razões. Neste caso, por exemplo, um jogo de pré-época que tivemos neste ano, que, não é que fosse a feijões, mas era de pré-época, contra o Real Madrid, e é impossível não ser especial. Defrontámos pessoas que revemos como ídolos, e, nesse sentido, acaba por ser especial. Agora, como é óbvio, existem vitórias, principalmente no primeiro ano, onde tudo era novo, e onde as competições eram novas para mim. Ir à Rússia, país que nunca tinha visitado, e enfrentar uma equipa russa que eu nunca tinha defrontado, numa cultura completamente diferente... Chegar lá, onde toda a gente achava que sairíamos completamente esmagados, e vir com uma vitória, após prolongamento, com muitas ausências, ou seja, a ferros, mesmo, é uma vitória da qual, se calhar, a maior parte das pessoas não se lembrará, mas que são pequenas guerras, pequenas batalhas que me fazem crescer, que me ficam gravadas. Como essa, tenho outras tantas, porque são pequenas vitórias que, depois, mais tarde, constroem a tal mentalidade de equipa campeã de que eu falo. As pessoas, por norma, só veem a forma como acaba, e não o processo, e isso faz parte do processo, sem dúvida."
"Como é óbvio, vim para aqui para ganhar, levo o concretizar desse desejo, mas as pessoas são, acima de tudo, o ponto mais positivo desta experiência"
MELHOR MEMÓRIA
"As pessoas que levo daqui, sem dúvida alguma. Já tenho alguma experiência. Mesmo parecendo um rapaz novo, já tenho 17 anos de carreira, e concluo que em cada sítio por onde passo, mais do que os títulos, ficam as pessoas que levo. Joguei em Ovar, joguei em Oliveira de Azeméis, e agora aqui no Benfica. E, apesar ser um clube muito grande, levo na mesma as pessoas, com o mesmo carinho, com a mesma amabilidade, com a mesma humildade que levei de outros sítios ditos não tão grandes. Para mim, isso é o mais importante. Como é óbvio, vim para aqui para ganhar, levo o concretizar desse desejo, mas as pessoas são, acima de tudo, o ponto mais positivo desta experiência."
SAPATILHAS QUE FICAM NO MUSEU
"Nunca imaginei, fico feliz, por exemplo, por ter uma filha que vive e que mesmo sabendo que eu vou sair do Benfica e que não voltarei a jogar aqui, que cresceu, nasceu e irá viver o Benfica para sempre. Porventura um dia, se ela tiver filhos e visitar o Benfica, o Museu Cosme Damião irá ver as sapatilhas, os ténis do futuro avô desses tais filhos. Essa história que agora estou a relatar, e, ao mesmo tempo, a imaginar, é um sentimento forte."
SAÍDA DO CLUBE E O FUTURO
"Ainda estou em fase de decisão, é um processo difícil, porque sinto que estou numa altura da minha vida em que tenho de começar a pensar no futuro também. Tenho feito isso, tenho-me preparado para isso, estou a tirar uma pós-graduação, entre outras coisas, e tenho vindo a preparar o futuro. Não sei se estou preparado para deixar de jogar por completo, porque a saída do Benfica é por motivos pessoais e não profissionais. A minha vontade desportiva, e a do Clube também, seria eu continuar, mas, por motivos pessoais, isso não vai ser possível. Fazer uma transição, ou seja, juntar esta saída repentina, e também o término da carreira, não sei se será completamente benéfico para mim em termos pessoais, mentais e tudo mais. Estou aqui a calcular que decisão irei tomar, mas, num futuro breve, de certeza que o farei."
O QUE O SLB LHE TROUXE
"Enquanto atleta, muita resiliência, porque, de facto, eu ouvia isto antes de chegar cá, e posso confirmá-lo: jogar no Benfica não é o mesmo que jogar em qualquer outro clube, inclusive nos outros dois ditos grandes, como o Sporting ou o FC Porto. É uma pressão acrescida, é um ter de ganhar diário, é um ter de fazer de forma perfeita diariamente, e isso, parecendo que não, obriga-nos a ser resilientes, porque nem sempre assim corre, toda a gente comete erros, toda a gente tem dias maus, e temos de saber viver com isso. Perante a crítica, perante a adversidade, temos de ser resilientes. Enquanto desportista, mais do que vencedor, mais do que competidor, resiliente é a palavra com que eu saio daqui. Enquanto pessoa, muitas coisas, amante de Lisboa, ainda mais amante do Clube, uma pessoa que relativiza muito mais as coisas. Poderia estar aqui a descrever, mas penso que o essencial é isso."
"É um agradecimento que eu tenho de fazer, à Família Benfiquista, principalmente àqueles que me acompanharam, e que acompanharam esta equipa de basquetebol e este ciclo, vamos chamá-lo assim, desde o primeiro dia"
OS BENFIQUISTAS
"Esse é um agradecimento que eu tenho de fazer, à Família Benfiquista, principalmente àqueles que me acompanharam, e que acompanharam esta equipa de basquetebol e este ciclo, vamos chamá-lo assim, desde o primeiro dia. E mesmo naquelas alturas em que o rumo que estávamos a tomar não parecia o mais certo, e em que muita gente duvidou de nós, houve uma Família Benfiquista que se manteve connosco, e a esses eu tenho de deixar um agradecimento. Eu venho de clubes, como já disse, de Ovar e de Oliveira de Azeméis, em que o público é literalmente um 6.º jogador, e aqui senti o mesmo, senti que num momento de aperto os verdadeiros estavam lá a encaminhar-nos para os tais Campeonatos, para o tetracampeonato. Esse é o agradecimento que deixo aqui."
SAI DO BENFICA, MAS O BENFICA NÃO SAI DO JOSÉ
"Sem dúvida, por todas as formas, não só pelas sapatilhas que deixo aqui [Museu Benfica – Cosme Damião], pela minha filha completamente ferrenha Benfiquista, que mesmo sabendo que eu não vou continuar cá, que posso ir jogar para outro clube, ou não, mesmo tendo influências de outros clubes na família, está a cantar o Sou, Sou Benfica no carro. Por várias razões e mais algumas, é impossível tirar o Benfica de dentro de mim."
Texto: Redação
Fotos: João Paulo Trindade / SL Benfica
Última atualização: 3 de julho de 2025